Maioria dos portos brasileiros já está adaptada às novas normas internacionais

Os resultados desse investimento já são visíveis: quase 80% dos portos e terminais brasileiros por onde circulam navios de bandeiras estrangeiras já estão totalmente ou parcialmente adaptados à nova legislação mundial contra o terrorismo, que prevê a instalação de câmeras, cercas de isolamento, catracas, aparelhos de identificação de pessoas, máquinas de raio-X e treinamento de funcionários, entre outras medidas.

Das mais de 200 instalações portuárias, 152 já estão certificadas pela Conportos em razão de ter implementado ou estar implementando o ISPS Code, o código internacional de segurança e proteção de embarcações e instalações portuárias. O certificado é concedido, também, às embarcações de transporte internacional. Assim, operadores de portos e navios têm certeza de que medidas de segurança foram tomadas para proteção contra ataques terroristas.

O desempenho brasileiro está acima da média mundial. Segundo a Organização Marítima Internacional (IMO), criadora do código, 69% dos portos já tinham seus planos de segurança aprovados em 1º de julho de 2004, data em que o ISPS Code passou a ser obrigatório em 162 países, inclusive no Brasil.

Se o porto não for certificado pela Conportos, os navios estrangeiros podem se recusar a atracar, trazendo prejuízos para comércio exterior. Essas embarcações são responsáveis pelo escoamento da produção brasileira aos centros consumidores de todo o mundo, o que gera ao Brasil cerca de US$73 bilhões em exportações anuais. Além disso, a falta do certificado prejudicaria o turismo marítimo, segmento em pleno crescimento: em média, 100 mil estrangeiros entram anualmente no País pelo mar.

Alguns portos já conseguiram a certificação definitiva por cumprirem todas as recomendações da IMO. Outros estão com os planos de segurança aprovados pela Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos) e têm que obedecer ao cronograma de implamentação aprovado pela Conportos. Até que isso aconteça, eles operam com o Termo de Aptidão, um certificado cuja validade é de no máximo seis meses, podendo ou não ser renovado.

Saiba mais sobre as novas regras para o transporte marítimo:
Quais são as novas regras do transporte marítimo internacional?
Para que navios e portos atendam ao ISPS Code, eles devem contar com equipe e equipamentos de segurança, monitoramento de pessoas e cargas, controle de acesso e equipamentos de comunicação em pleno funcionamento, segundo o recomendado pela Organização Marítima Internacional.

Porque o ISPS Code é importante, se no Brasil nunca houve atos terroristas?
Não existe registro de atos terroristas no Brasil, no entanto os portos brasileiros podem ser utilizados por terroristas para atingir navios de outros países, com a finalidade de destruí-los ou de atacar os portos dos países nos quais eles atracarão. Além disso, as medidas de segurança vão combater o tráfico de drogas, de armas e o contrabando, entre outras atividades ilícitas que contribuem para a violência e o desrespeito às leis do país.

Como acontece o processo de certificação?
A adequação ao ISPS Code começa com a identificação dos pontos vulneráveis a ataques à infra-estrutura portuária, além do acesso ao porto em questão. São avaliadas a integridade da estrutura, os sistemas de proteção e de comunicação, transporte e outras áreas que poderiam ser alvo de grupos de terror. Portos e navios elaboram um estudo de avaliação de risco e a seguir enviam um plano de segurança ao governo do País. No caso brasileiro, quem recebe é a Conportos, que checa se a segurança do local está de acordo com as regras do ISPS Code e do Plano Nacional de Segurança Pública Portuária. Se o resultado for positivo, a Conportos concede a certificação com Declaração de Cumprimento (definitiva) ou com Termo de Aptidão (provisório).

Como são classificados os alertas sobre terror?
O Código de Segurança de Portos e Embarcações (ISPS Code) classifica o perigo em três níveis de segurança. O mais baixo, nível 1, é o nível mínimo em que praticamente inexistem riscos de atentado. Já o nível 2 é usado quando não há aparente ameaça de terrorismo. O mais elevado, nível 3, é aplicado quando há risco iminente de atentado.


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