Nanotecnologia tem aplicação na saúde e ambiente

Brasília, 5 de dezembro de 2006

Na área da nanotecnologia estão sendo desenvolvidas pesquisas que representam um importante avanço na detecção de anomalias no organismo humano e em controle do meio ambiente. Nos próximos dois anos serão lançados no mercado microsensores com função de detectar o estado de saúde do paciente, como pressão e índice de glicose.

Segundo o professor doutor da Unicamp (Universidade de Campinas), Jacobus Swart, a nanotecnologia, hoje em dia, está presente em todas as áreas e representa um importante instrumento a favor da conservação do meio ambiente.

De acordo com o especialista já existem no mercado microsensores, que revelam o índice de poluição das águas e até mesmo o nível de queimadas das florestas. “Por meio de sensores colocados na margem dos rios ou em pontos estratégicos é possível identificar o nível de poluição das águas e assim termos mais controle desse recurso natural”, disse.Jacobus Swart proferiu uma palestra na última quinta-feira, no Studio 5, a convite do Crea-AM (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) para apresentar a importância da nanotecnologia para os empresários de Manaus.

O professor disse que a principal vantagem da nanotecnologia se deve ao fato dos produtos adquirirem melhorias ao mudarem suas propriedades químicas. “Existem produtos, que ao serem convertidos em partículas menores adquirem mais benefícios, como é o caso do vidro, o qual passa a ter mais qualidade ao ser convertido em nanômetros", disse o especialista.

Swart também falou do mercado de semicondutores. Hoje, com a adoção do sistema da tecnologia de transmissão digital pelo país, o Brasil deverá receber maciços investimentos de indústrias dessa área, que irão produzir componentes de tecnologia digital.

O especialista destacou os benefícios que o país terá ao atrair investimentos desse porte em geração de emprego e renda. “As industrias de semicondutores geram US$ 250 bilhões no mundo e é um mercado que apresenta 15% de crescimento por ano, enquanto as fábricas de eletroeletrônicos crescem 9%", informou Swart, destacando que o Brasil importa US$ três bilhões em produtos das indústrias de semicondutores.

Em relação à disputa entre as regiões por esses investimentos, o professor da Unicamp considera justo o direito do Amazonas em pleitear essas fábricas, mas considerou que o Estado tem uma grande desvantagem se comparado aos demais no aspecto da oferta de mão-de-obra especializada.

O especialista avaliou que os investimentos nesse setor são decididos com base na política de impostos e de profissionais especializadas em área de microeletrônica e em nanotecnologia, áreas que o Amazonas é carente de profissionais.

Fonte: Jornal do Commercio