Perfil
A curiosidade, o conhecimento e a retidão são as características que definem o engenheiro e professor Moacir Fogaça no decorrer de sua vida. Sempre ávido pelo saber, aos 71 anos concluiu a quinta graduação, desta vez em Gestão Ambiental, pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), que prestou uma linda homenagem batizando o laboratório de “Inovação e Empreendedorismo” com seu nome. Homenagem ratificada pela declaração de um amigo da família: “aprendi que um senhor nascido na década de 40 tinha mais domínio das novidades e estava mais apto e pronto para o futuro que um garoto de vinte e poucos anos”.
Contudo, ele não se contentava em apenas aprender, precisava disseminar os ensinamentos adquiridos, seja lecionando informalmente ou em sala de aula, ou até ensinado a dançar. O sítio da família “Dois Corações” no município de Paulo Lopes, na Grande Florianópolis, era o refúgio e foi o cenário para uma das passagens mais simbólicas de sua vida. Ao descobrir que uma funcionária do sítio, já senhora, comparecia aos cultos com a Bíblia em mãos sem ter coragem de assumir que aquela junção de letras não lhe dizia nada, o professor tomou para si a missão de alfabetizá-la. Foram meses se dedicando a essa transmissão do saber e, como sempre, ele fez mais do que o esperado: ensinou a senhora a ler no computador. Assim ele tirou ela do analfabetismo duas vezes, ao inseri-la no mundo digital.
A filha Karin recorda que uma das grandes alegrias de Moacir era dançar semanalmente em um clube da cidade. Era tão imbuído dessa paixão, que depois de muitos anos frequentando o clube tinha uma mesa cativa onde ele e sua esposa, de maneira informal – mas quase que naturalmente -, viraram anfitriões do baile, cumprimentando de mesa em mesa todos que chegavam para esse evento tão esperado semanalmente. E como o ensinar não podia ser excluído dessa grande paixão, o senhor Fogaça se encarregou de ensinar a um grupo de professores da Unisul a arte do bailar.
Desde os 3 anos, Moacir teve como companhia uma bronquite, que mesmo sendo muito forte, ele nunca permitiu que fosse limitadora. É verdade que a vida teve de ser adaptada, incluindo a mudança de São Paulo para Santa Catarina, onde viveu 35 anos e ficou registrada boa parte de sua trajetória profissional. Casado com dona Elza, pai de duas filhas e avô de dois netos, Fogaça partiu antes de saber que o neto piloto, a quem acompanhava de perto a carreira e vibrava, agora alçaria voos maiores indo voar nos céus do Panamá. Mas certamente o nosso homenageado, espiritualista que era, estará ensinando ao neto como lidar com as tempestades em sua rota, assim como fez com a sua bronquite e outras dificuldades da vida, para que se possa realizar o plano de voo sempre com dedicação, estudo e disciplina, assim como seu avô e mestre.
O Sistema Confea/Crea, por meio das Honrarias do Mérito do ano de 2017, registra sua homenagem a esse profissional pelo relevante serviço prestado ao país e à valorização da área tecnológica por sua atuação e formação de novos profissionais.
Trajetória Profissional
Gerente Industrial Taterka S/A (1973 – 1978); Professor do Colégio Mauá (1975 – 1977); Gerente da Semikron S/A (1978 – 1982); Gerente Industrial da Celemar S/A (1982 – 1984); Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Intelbras S/A (1984 – 1992); Gerente de projetos especiais em Telecomunicações da Alcatel Telecomunicações S/A (1992 – 2003); Professor titular da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) (2001 – 2017); Recebeu o Prêmio 2010 - Membro Honorário da Força Aérea Brasileira do Instituto de Logística da Aeronáutica; Autor de vários livros didáticos para disciplinas dos cursos de graduação da Unisul Virtual.
