Marta Pereira da Luz

Engenheira Civil pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em 2001; Mestre em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (USP), em 2003; Doutora em Ciências Ambientais pela UFG, em 2008; Pós-doutora em Geotecnia e Construções Sustentáveis pela Heriot-Watt University, na Escócia, em 2015

Nascimento: Guarapuava (PR), 12 de agosto de 1978

Indicação: Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO)


Nascida nas redondezas da barragem da Usina Foz do Areia (PR) e criada em meio às obras em que o pai trabalhava como encarregado de suprimentos Brasil afora, Marta Pereira da Luz escolheu a Engenharia por fascínio e perspicácia. A aptidão para ciências exatas foi fator igualmente decisivo para seguir carreira investigando o comportamento de solos e rochas. “A Geotecnia está comigo desde sempre e é minha grande paixão”, evidencia, ao listar os temas centrais de sua pesquisa científica: materiais geotécnicos com aplicação em barragens e rodovias, processos erosivos, sustentabilidade energética e gestão ambiental. 

Teve um dos projetos destacado no Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente, em 2018. Com o título “Erosões em margem de reservatório de usinas hidrelétricas: monitoramento e educação ambiental”, o projeto foi coordenado tecnicamente pela engenheira na Eletrobras-Furnas, com financiamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e parceria com Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade de Brasília (UnB). Na cerimônia de premiação, Marta contou ter sido “uma luta iniciada em 2012 e uma conquista, que se premia com este reconhecimento e nos faz pensar que estamos no caminho correto”. Defendeu ainda que “a pesquisa não deve ficar dentro da universidade ou em empresas; ela deve ser colocada a público, porque é de quem é de direito, da sociedade brasileira”.

É professora adjunta da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) desde 2003, quando foi convidada para compor o quadro docente. Naquele mesmo ano, classificou-se em concurso para atuar na graduação em Engenharia Civil e no mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas. Em 2021, ganhou o título de Mérito Científico. “Recebo o prêmio desta instituição tão renomada, com pesquisadores ímpares e de reconhecimento nacional e internacional, com muita humildade. Eu me sinto muito honrada de ter sido lembrada e de ver que meu papel de pesquisa, embora singelo, traz contribuições à sociedade. Este reconhecimento coroa todo o trabalho e dificuldade que é fazer pesquisa neste país”, expressou, na ocasião, a doutora que já orientou 61 dissertações e projetos de iniciação científica, além de ter participado de 59 bancas de trabalhos de conclusão de curso e comissões julgadoras.

Ainda em 2021, uma nova condecoração. Desta vez, com o estudo “Mapas gerenciais de suscetibilidade a processos erosivos laminares e lineares”. Entre 80 inscritos, a iniciativa conquistou o segundo lugar no 1º Prêmio Nacional de Inovação das Empresas Eletrobras. Para o projeto desenvolvido entre 2011 e 2016, a pesquisadora teve novamente suporte da Aneel e de Furnas – onde passou a atuar em 2008. UFG e UnB foram parceiras no estudo cuja meta foi reduzir erros operacionais, minimizar impactos socioambientais, suprimir custos de compensação ambiental, postergar investimentos e identificar responsabilidades.

É autora de 14 capítulos e livros, 29 artigos em periódicos e 33 trabalhos divulgados em anais de congressos. Paralelamente à popularização da Ciência & Tecnologia, Marta fomenta apoio à equidade de gênero, tendo sido coautora do livro “Conversas entre meninas engenheiras”, lançado em 2019. “A carreira de ciências exatas é para elas, sim”, afirma, ao relatar ter encarado situações de preconceito. “Há um contexto histórico que precisa ser discutido e as cotas de gênero nas empresas contribuem para evolução num período mais curto de tempo”, argumenta, incentivando a ampliação de espaços para mulheres nas Engenharias. 

Com perfil científico e social expressivo, a engenheira civil Marta Luz inspira alunos, parceiros de docência e pesquisa, que a definem como sábia, competente, perseverante, líder, generosa e, por tudo isso, merecedora das honrarias que coleciona.


Trajetória profissional 
No Sindicato das Empresas de Transporte Público – Setransp, atuou no planejamento e operação do sistema de transporte de ônibus da capital de Goiás (2000-2001); Prêmio CNT de Produção Acadêmica, Confederação Nacional dos Transportes/Anpet (2003); Na Fundação Banco do Brasil, consultora em Engenharia (2004); Professora da Faculdade São Camilo em Goiânia – GO (2004) e da Faculdade Lions em Goiânia – GO (2004-2008); Professora adjunta na Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC Goiás (2003-atual); Consultora e sócia na Consciência Ambiental Engenharia e Consultoria Ltda. (2007-2008); Colaboradora comissionada no Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (2008); II Prêmio SBPC/GO de Popularização da Ciência, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – Regional Goiás (2015); Homenagem Consumi, Universidade Federal de Goiás – UFG (2018); Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente (2018); Engenheira em Furnas Centrais Elétricas S.A. (2008-atual); Mérito Científico, PUC Goiás (2021); 2º lugar no 1º Prêmio Nacional de Inovação das Empresas Eletrobras (2021); Membro da Comissão de Estudo Especial de Solos da Associação Brasileira de Normas Técnicas; Secretária-Geral do Núcleo Regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (2021-2022); Revisora da Revista Eletrônica de Engenharia Civil da UFG; Revisora ad hoc de projetos de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico – CNPq; Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, nível 2.