Lula: crescimento do PIB superou expectativa

Brasília (DF), 10.12.2004


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou na manhã desta sexta-feira (10) a última reunião ministerial de 2004, fazendo um balanço das ações do governo e mostrando os resultados positivos obtidos. "Os números do PIB superaram todas as nossas expectativas e mostram que não se trata de uma bolha ou espasmo. Os investimentos estão crescendo e a inflação vem sendo controlada", disse, sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) até setembro. Já a geração de empregos este ano foi a maior registrada no Brasil desde 1992. A reunião termina neste sábado.

Para Lula, a política econômica adotada em seu governo permitiu colocar o país no rumo certo, mesmo tendo "algumas medidas amargas e outras incompreendidas ou criticadas". Segundo o presidente, o governo tem conseguido fazer o país recuperar sua auto-estima. "Que ninguém se iluda sobre as prioridades deste governo. Elas vão à direção de uma grande transformação econômica e social do país. Que ninguém se iluda sobre a minha fidelidade às minhas origens", afirmou o presidente.


Dados como a redução dos endividamentos interno e externo e a diminuição da parcela desses débitos atrelados à taxa de câmbio também foram destacados por Lula. O presidente está comemorando, também, os resultados da balança comercial. As exportações têm dado a maior contribuição ao processo de retomada da economia, ajudando a reduzir a vulnerabilidade do país.

Segundo Lula, a reunião serve para se fazer um balanço da primeira metade de seu governo, sem triunfalismo ou auto-complacência. "Estamos muito aquém do que a sociedade reclama", disse aos ministros. Ele afirmou, no entanto, que o compromisso de mudança de sua posse vem sendo cumprido. Na avaliação do presidente, os quase dois anos de governo foram marcados pela reversão do processo "que conduzia o país ao abismo". "A catástrofe anunciada não se produziu e não fizemos uma continuidade do governo passado. Fizemos o que deixou de ser feito", afirmou.

Destaques


Segundo Lula, seu governo compreende a impaciência daqueles que alimentam o desejo por mudanças. Ele afirmou que encontrou o país com graves problemas, como o parque produtivo sucateado. Agora, o desafio está em reativar os investimentos em infra-estrutura. "O país tem que distribuir renda e necessita de um crescimento macroeconômico sustentável, de modo a reduzir sua dependência externa", afirmou.

 

O presidente mencionou as articulações do governo no cenário internacional, como a atuação na América do Sul, a política junto ao continente africano e a construção de parcerias econômicas e relações com países fora do chamado eixo sul-norte. Segundo ele, a postura do Brasil muda este eixo, fortalecendo a política entre os países da parte sul do planeta. A retomada do relacionamento com os árabes, a Rússia, a China e a África do Sul foi ressaltada, assim como a continuidade de um intenso relacionamento com o Japão, a Europa e os EUA. Ele citou ainda a formação do G-20, o grupo dos 20 países mais industrializados e em desenvolvimento, e a atuação do Brasil no Mercosul e na ONU em busca de apoio para uma vaga no Conselho de Segurança.

O presidente lembrou ainda a atuação para levar ao mundo a defesa de uma campanha de combate à fome, à pobreza e à exclusão social. "Os programas sociais não podem ser confundidos com políticas assistenciais", afirmou. Ele citou os esforços para corrigir eventuais irregularidades no programa Bolsa-Família, além de políticas para o combate à desigualdade, à violência e para formação dos jovens na qualificação do ensino.

Segundo Lula, nunca a sociedade foi tão ouvida, quer por sua participação no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), quer pelos fóruns promovidos pelo governo e pelos debates sobre matérias de interesse do país, como o Estatuto do Idoso. “É hora da colheita do muito que plantamos. Hora de continuar persistindo na política econômica e social. Esse país ressuscitou depois de décadas de marasmo e desencanto. Que ninguém se iluda sobre as prioridades desse governo. Elas vão no caminho de uma política de desenvolvimento com inclusão social. Que não se confunda paciência com passividade. Somos um povo forte que só precisava de uma circunstância histórica”, destacou.

Fonte: Agência Brasil, Agência Estado, Globo Online e Folha Online.