Brasília (DF), sábado, 27 de março de 2004. A nova coordenadora nacional da Câmara Especializada de Engenharia Civil, Lélia Sá, começou seu mandato de maneira decisiva e de modo a não deixar dúvida sobre o empenho com que conduzirá os trabalhos até o último dia de sua gestão. Ao surpreender a todos com a agenda de discussões e debates que rechearão as atividades da Câmara nos meses de maio, agosto e setembro (datas escolhidas democraticamente por todos os membros da Câmara), Lélia mostrou que não precisava esperar muito para mostrar qual será a dinâmica da entidade daqui para frente.De início, ela apresentou um manual de procedimentos, que, segundo afirmou, pretende "contribuir com os novos coordenadores no sentido de que possam desenvolver seus trabalhos com mais eficiência e eficácia". Na apresentação que fez do documento, ela diz que "o coordenador regional de Câmara Especializada carrega enorme responsabilidade frente à sua categoria profissional, dentro do seu Estado de origem". No manual, a coordenadora encaminha uma série de recomendações aos coordenadores nos estados, define o que são as coordenadorias e sua área de atuação e ressalta os instrumentos administrativos utilizados, como as propostas especiais e as moções.Ao informar que sua eleição foi o coroamento de um trabalho realizado desde o início do ano passado, ela vê sua vitória como uma espécie de tributo a todas as mulheres (Lélia é a primeira mulher a assumir uma Câmara Especializada de Engenharia Civil). Um dos seus principais objetivos será a luta pela unidade de toda a engenharia brasileira, cujo ramo de atuação em que milita, a engenharia civil, reúne cerca de 350 mil profissionais, sendo que o segundo maior segmento no setor tem apenas 80 mil engenheiros. Ao comparar a engenharia com a medicina, reconhecendo que o paralelo é mesmo grosseiro, Lélia imagina que a engenharia civil corresponde ao clínico geral. Nesse intricado jogo de atribuições de seu ramo de atividade, ela terá que se debater com uma velha questão que domina conversas e encontros oficiais no interior do Confea, que é o chamado "sombreamento", que particularmente, no caso da engenharia civil, "coloca este segmento em choque com quase todas as outras modalidades da engenharia".Solon Dias - Jornalista convidado
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