Jornalista premiado reconhece importância do Prêmio Confea de Jornalismo

Brasília (DF), 15.06.2005

"Eduardo Nomura no Haiti, em 2004"
Eduardo Nunomura  um dos cinco ganhadores do prêmio Confea de Jornalismo  - é natural de São Paulo e tem 36 anos. Jornalista que atua como repórter no jornal O Estado de São Paulo desde 2000, ganhou com a reportagem “Sonhando com uma cidade mais bela”, publicada pelo diário paulista.

Formado em Jornalismo e Ciência da Computação pela USP, Nunomura é repórter especial e produz reportagens nacionais e internacionais sobre vários assuntos. Entre as coberturas especiais que já participou estão a crise da Argentina de 2002, a Copa do Mundo Japão-Coréia, a crise haitiana em 2004 e a da Bolívia (há uma semana).

Confira o que ele diz a respeito da premiação e da sua profissão:

Confea - O que achou de participar do prêmio Confea de Jornalismo?

Nunomura -    Foi um prazer participar do 2.º Prêmio Confea de Jornalismo, porque sabemos que esse tipo de premiação sempre estimula os jornalistas a produzirem mais e melhores reportagens. Ao sermos premiados, sabemos que, de alguma forma, estamos indicando caminhos e soluções, denunciando irregularidades ou ilegalidades, produzindo histórias edificantes, enfim, tentando colaborar na construção de um país melhor. Ser reconhecido por isso é mais que uma premiação.

Confea - Como a sua e outras matérias podem contribuir para a sustentabilidade do país?

Nunomura - Ao iniciarmos a produção da reportagem, o tema "utopias urbanas" aparentemente parecia abstrato demais para que os leitores pudessem compreendê-lo. Nossa tarefa era fazer o tema virar palpável. Qual não foi nossa surpresa ao propormos a pauta aos arquitetos e urbanistas, profissionais renomados no País, e eles logo terem abraçado a idéia porque viram nela um objetivo nada abstrato. Queríamos discutir a falta de planejamento absoluto da metrópole São Paulo pelos últimos governantes, estaduais ou municipais. E como fazer isso? Com a ajuda desses profissionais, tão importantes para qualquer governo, mas no Brasil relegados muitas vezes a um segundo plano, queríamos que propusessem projetos que fizessem uma interferência urbana em algum ponto da Grande São Paulo. E o resultado, acreditamos, foi o melhor que o planejado. Cada um dos projetos propostos revelou uma São Paulo diferente, utópica, que gostaríamos que fosse real, concreta. Ainda que nem sempre viáveis, tecnicamente, eles indicavam uma feroz crítica ao crescimento desordenado que condenou uma metrópole a viver se rearranjando a todo tempo, aos trancos e barrancos.

Por Maria Helena de Carvalho
Da equipe da ACOM