Engenheiro Civil pela Escola Nacional de Engenharia (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), em 1951; diplomado pela Escola Superior de Guerra, em 1965
Nascimento: Rio de Janeiro (RJ), 12 de maio de 1928
Falecimento: Rio de Janeiro (RJ), 22 de outubro de 2019
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ)
Na história da Engenharia brasileira, o nome de Jaime Rotstein figura entre os defensores da ciência da construção. Foram quase sete décadas laboradas até 91 anos de idade em prol do desenvolvimento nacional.
Esteve à frente da Campanha de Defesa de Engenharia, iniciada em 1964 e da qual resultou o Decreto 64.345/1969, que instituía normas para contratação de serviços do ramo. A argumentação de Rotstein fundamentou a categoria, com registros inclusive nos dois primeiros livros publicados por ele: ''Em defesa da Engenharia brasileira" e "A luta pela Engenharia brasileira". A batalha ganhou a adesão do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, que em 1965 homenageou Rotstein pelo comprometimento com a causa. A habilidade para liderança levou o engenheiro a ocupar a vice-presidência da entidade entre 1967 e 1970.
Igualmente expressiva foi a defesa do uso intensivo do etanol, tendo recebido em 1983 o título de Pioneiro do Álcool Carburante, conferido pelo Instituto de Engenharia de São Paulo.
Entusiasta da escrita, lançou o tema em "Conspiração contra o álcool", título que lhe rendeu prêmios da Congregação da Escola de Engenharia da UFRJ e do Conselho Diretor do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, em 1985. No ano seguinte, foi nomeado pelo então presidente da República, José Sarney, para a Comissão Nacional de Energia, por notório saber e ilibada reputação.
Era também engajado na Campanha O Petróleo é Nosso, desde o curso na Escola Nacional de Guerra, concluído em 1965. Em março de 1999, foi eleito para o Conselho de Administração da Petrobras e da BR Distribuidora, oportunidade em que se manifestou pelo aproveitamento máximo do petróleo pesado brasileiro a ser refinado no País. Naquele mesmo ano, integrou o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro.
Atuou intensamente na fundação de entidades de classe, contribuindo com sua visão de mundo arrojada e perspicaz – avivada pelos pais imigrantes poloneses que labutaram a vida no Rio de Janeiro, a partir da década de 1920, para garantir o melhor para o filho único.
O pioneirismo de Rotstein ficou marcado na constituição da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), em 1966, e da Academia Nacional de Engenharia, em 1991. Mas não apenas: o forte espírito empreendedor traçou a própria carreira profissional ao fundar a Sondotécnica.
Com equipamento seminovo, perseverança e experiência de quem já trabalhava desde os 11 anos de idade, o engenheiro deu início à empresa do ramo de investigação e sondagem de solo em 1954. Nos 65 anos que presidiu a companhia 100% nacional, Rotstein prezou pela competência técnica e modernização. Ao longo do tempo, a gama de serviços foi ampliada e hoje a Sondotécnica é líder em consultoria de Engenharia no Brasil, com mais de 3 mil projetos executados e 400 clientes atendidos em 20 países. A “indústria de ideias a serviço do progresso”, como é denominada, continua seguindo a filosofia do fundador, apostando no valor do homem e contribuindo para a prosperidade da nação.
Trajetória profissional
Fundador e diretor-presidente da Sondotécnica S.A. (1953-2019); Fundador da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Abes (1966); Benemérito do Estado do Rio de Janeiro (1990); Membro do Grupo Coordenador de Conservação de Energia e do Programa de Conservação de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (1991); Membro fundador da Academia Nacional de Engenharia (1991); Membro do PEN – Poetry, Essay and Novel – Clube do Brasil (1997); Membro do Conselho Empresarial de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro e do Centro Industrial do Rio de Janeiro (desde 2000); Membro do Conselho Superior de Integração Social da Universidade Estácio de Sá – RJ (desde 2001); Membro do Corpo de Colaboradores da Fundação de Altos Estudos de Política e Estratégia (Faepe), vinculada à Escola Superior de Guerra (desde 2003); Membro da Academia Nacional de Agricultura – Titular da Cadeira 02 (2003); Membro do Conselho Diretor da Associação Comercial do Rio de Janeiro (2007-2009); Autor dos livros "Ciência e tecnologia" (1973), "O desenvolvimento e o papel do empresário" (1973), "Álcool, uma agenda para o presente" (1979), "Petróleo: a crise dos anos 80" (1980), “Soberania e política energética" (1983); "Nos bastidores de Burilândia" (1989), "O livro branco da consultoria de Engenharia brasileira" (1993), "Brasilesclerose" (1993), "Brasil – Século XXI" (1996), "Contrato com o Brasil" (2000), "Planejamento estratégico e desenvolvimento” (2004), "O alvo móvel e outros contos” (2010); Participou de conferências sobre questões energéticas, socioeconômicas e globalização, inclusive na Organização dos Estados Americanos (OEA), no Center for Strategic & International Studies da Universidade de Georgetown, na Associação para o Desenvolvimento da Engenharia de Portugal, no Ministério da Economia de Portugal, no Fórum de Buenos Aires da API, na Câmara Federal do Brasil, nas Confederações Nacionais da Indústria e do Comércio e na Associação Comercial do Rio de Janeiro; Votos de louvor do Congresso de Conselheiros Federais e Regionais de Engenharia e Arquitetura (1965 e 1966) por ter iniciado, em dezembro de 1964, Campanha em Defesa da Engenharia Brasileira; Diplomas em reconhecimento pela colaboração prestada à Escola Superior de Guerra em 1979 e 1984; Diploma de Colaborador Emérito pelo Clube Militar (1984); Medalha do Mérito Adesguiano (1997); Patrono do Programa Memória Ambiental da Abes (1999); Diploma concedido pelo Clube de Engenharia do Rio de Janeiro com a medalha Eminente Engenheiro do Ano, pelos relevantes serviços em prol da Engenharia (2010).