Investimento em tecnologia é um caminho para a reestruturação da construção civil

Belém, 10 de novembro de 2017.

"Presidente da CBIC, José Carlos Martins, durante a palestra"
Com a sala Pará cheia de participantes, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, abriu sua palestra “Cenário político e econômico e os impactos na engenharia”, chamando a atenção de todos com a afirmação de que paralelamente à crise financeira e política que o Brasil vive, muitas revoluções estão acontecendo e poucos estão percebendo.

Martins pontua que os entraves políticos estão impactando diversos setores produtivos, mas que uma grande parcela cai para a construção civil, citando ainda como exemplo a quantidade de empregos que a construção civil perdeu em 2016, que equivale à população do Amazonas, quase 4 milhões. “O Brasil vive um novo momento. Hoje temos uma taxa Selic de um dígito – 7,5 % no final de 2017, captação de caderneta de poupança negativa, um estado incapaz de investir e a necessidade de parcerias entre o setor público e o privado para que o desenvolvimento do país não pare. Com tantas revoluções, temos o desafio de sobreviver para usufruir a retomada”, afirmou Martins.

Entre os caminhos apontados pelo engenheiro para a reestruturação da construção civil, José Carlos destacou a necessidade de as empresas investirem em tecnologia. “A sobrevivência e o crescimento das empresas estão ancorados na competência técnica. Podemos citar a necessidade de investir em tecnologias, entre elas o BIM (Building Information Modeling – Modelagem de Informações da Construção)”, explicou.

O presidente da Cbic ressaltou que a sociedade está cobrando mais ética nas ações e a reputação dos gestores tornou-se atributo essencial para a sobrevivência das empresas. “Os brasileiros acederam a luz e  agora é praticamente impossível fazer algo na promiscuidade”.

Engenheiro há quase 40 anos, José Carlos diz que os engenheiros do Brasil precisam bater no peito e mostrar todas as coisas boas que a engenharia fez ao longo dos anos. “Temos a oportunidade e a responsabilidade de recolocar a engenheira nacional no ponto que ela deve estar depois de tantos escândalos. Não podemos misturar gente que fez coisa errada com engenharia”, disse.

Laila Moraes

Equipe de Comunicação do Sistema Confea/Crea e Mútua