Manaus, terça-feira, 17 de dezembro de 2002. Com a inauguração do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), hoje, às 16 horas, abre-se um leque de perspectivas de negócios relacionados ao aproveitamento da biodiversidade da região, apontando para a formação de um pólo de bioindústrias a médio prazo.Uma iniciativa do Governo do Brasil, em parceria com a comunidade científica e o setor privado, o Centro de Biotecnologia da Amazônia tem como principais objetivos desenvolver novas tecnologias a partir de pesquisas integradas, que serão realizadas por uma rede de laboratórios regionais e nacionais. As instalações físicas compreendem 12 mil metros quadrados de área construída, que integra um complexo de 26 laboratórios, central de produção de extratos, instalações para incubação de empresas, alojamentos para pesquisadores e instalações de apoio administrativo.Localizado no Distrito Industrial de Manaus e construído com recursos da Superintendência da Zona Franca de ManausAssim, o CBA estará apto a oferecer suporte para as empresas de transformação e industrialização de produtos naturais em suas mais diversas aplicações: de produtos farmacêuticos, cosméticos e bioinseticidas para a agricultura, até a indústria de alimentos, corantes, aromatizantes, óleos essenciais, entre outros.O trabalho do Centro de Biotecnologia da Amazônia vai possibilitar, ainda, a criação de mecanismos de inserção das populações tradicionais da Amazônia na economia regional, o aproveitamento sustentado de suas potencialidades, o crescimento de empresas já existentes, a atração de novos investimentos para o setor de recursos naturais na região amazônica e a formação de recursos humanos adequadamente qualificados.O CBA está constituído de:- Laboratórios de pesquisas de produtos de origem vegetal- Laboratórios de pesquisas de produtos de origem animal- Laboratórios destinados à central analítica- Laboratórios de pesquisas com microorganismos- Laboratório de apoio e treinamento laboratorial- Complexo de descontaminação, lavagem e esterilização- Incubadora de empresas de base tecnológica- Laboratório de produção de extratos- Biotério- Planta Piloto de processos industriais- Diretoria e administração- Setor de apoio às empresas- Anfiteatro e salas de reunião- Alojamento para pesquisadores- Núcleo de informação e biblioteca- Museu de produtos naturaisAÇÕES A MÉDIO E LONGO PRAZOS:Na primeira fase, o Centro de Biotecnologia da Amazônia vai priorizar os trabalhos nas áreas de fitoterápios, cosméticos, extratos e setores em ampla evolução e grande participação na economia nacional.Também serão priorizadas as áreas de ciência, tecnologia e inovação tecnológica, visando o aumento da competitividade dos bioprodutos e produtos agropecuários produzidos na Amazônia, assegurando desenvolvimento de técnicas que influenciam diretamente a produtividade e a qualidade desses produtos para o mercado interno e o exigente mercado internacional.Além destes objetivos, o Centro de Biotecnologia da Amazônia terá a incumbência de disponibilizar, ou consolidar, competências em áreas de grande relevância para o desenvolvimento biotecnológico, como, por exemplo, no setor de marcas e patentes; na gestão e transferência de tecnologias e na informação sobre produtos naturais e biotecnológicos e seus mercados.Em outros setores, o Centro de Biotecnologia pretende desenvolver e potencializar o que já existe no país em termos de bioprospecção. Entre eles estão os produtos farmacêuticos, como, por exemplo, os antibióticos, drogas anti-neoplásicas, anti-hipertencivos, substâncias neuro-ativas e imuno-moduladores, além de materiais para cosméticos, corantes naturais, aromatizantes, óleos essenciais, feromônios, polímeros biodegradáveis, bioinseticidas e enzimas de interesse biotecnológico, entre outros.UM CENTRO DE INTEGRAÇÃO NACIONALO Centro de Biotecnologia da Amazônia estará articulado a alguns dos mais importantes laboratórios e grupos de pesquisas nacionais num processo permanente de descoberta de novas substâncias de interesse sócio-econômico.Regionalmente, esta articulação se dará com a Universidade Federal doAmazonas (UFAM), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA),Fundação Centro de Análises Pesquisas e Inovações Tecnológicas (FUCAPI), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária da Amazônia Ocidental e Amapá, Fundação de Medicina Tropical de Manaus (FMT), FIOCRUZ, Universidade Federal do Pará e Museu Emílio Goeldi, entre outras.Nacionalmente, estão envolvidas no processo a Universidade de São Paulo:Embrapa/CENARGEN, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de São Carlos, Universidade Federal de Viçosa, Universidade Estadual de Londrina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal de Alagoas, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade de Ribeirão Preto, Universidade de Campinas, Universidade de Brasília, Instituto Butantã, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Biotecnologia de Caxias do Sul, Laboratório Nacional de Luz Síncroton e outros centros de ensino e pesquisas.Rosângela Alanis - Crea/AM
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