Brasília, 13 de maio de 2024.
A Rádio Universidade de Pelotas repercutiu com especialistas que fazem parte do Colégio de Entidades Nacionais do Sistema Confea/Crea (Cden), as consequências dos alagamentos que assolam cidades do Rio Grande do Sul. Em entrevista para a rádio, o presidente da Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), Caiubi Kuhn, deu um panorama sobre como a geologia pode contribuir para que os municípios possam minimizar os impactos das enchentes para a população. Kuhn destacou os impactos deste tipo de calamidade e lembrou que eventos como este estão cada vez mais recorrente por conta das mudanças climáticas do planeta. “Os eventos extremos eles ocorrem naturalmente na natureza, mas são amplificados com as mudanças climáticas globais”, afirma o geólogo.
Segundo o especialista, os eventos extremos têm sido ainda mais fortes e isso pode ser observado pelo histórico de enchentes na cidade de Porto Alegre e região metropolitana. O uso e a ocupação do solo devem ser observados para que ações de prevenção possam auxiliar a minimizar os impactos das enchentes, como relata Caiubi Kuhn. “O primeiro ponto é ter um planejamento correto do uso e ocupação do solo. A análise geológica, a análise da bacia hidrográfica permite dizer quais áreas vão ser inundadas, quais áreas já foram inundadas anteriormente. Essas análises podem delimitar, inclusive, e ajudar a criar metodologias para redução de impactos em casos de uma ocorrência de uma grande enchente, uma grande inundação. Mas o principal mesmo é orientar o uso e ocupação do solo e desenvolver as ações de prevenção, que vão reduzir os impactos para a população.”
“Devemos discutir algumas questões em relação ao uso de ocupação do solo, até mesmo agora com a destruição que teve de vários bairros e cidades quase inteiras. Quais desses locais devem ser reconstruídos no mesmo lugar ou não. Porque da mesma forma que foram afetados agora, esses locais, pode ser que sejam afetados futuramente. Infelizmente nós temos famílias do Rio Grande do Sul que foram afetadas por três enchentes seguidas praticamente. Isso demonstra que esses locais onde estão construídas as residências são locais que, caso ocorra uma nova inundação, uma nova enchente, vão ser afetados novamente”, pontuou o presidente da Federação Brasileira de Geólogos.
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) colocou em ação uma força-tarefa para auxiliar na reconstrução do Rio Grande do Sul, que está enfrentando um dos piores desastres causados por tempestades já registrados no Brasil. Os especialistas entrevistados pela Rádio Universidade de Pelotas fazem parte do Colégio de Entidades Nacionais do Sistema Confea/Crea (Cden). O Conselho disponibilizou uma rede de profissionais que podem auxiliar a cobertura jornalística sobre os eventos dando detalhes de como os profissionais da engenharia, agronomia e geociências podem colocar o conhecimento científico e a mão-de-obra especializada a serviço da sociedade.
Equipe de Comunicação do Confea