Francisco Soares da Silva

Engenheiro agrônomo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1970. Especialista em Administração e Planejamento Rural pela Universidade de Viçosa-MG, em 1997

Nascimento: Valença do Piauí (PI), 3 de dezembro de 1944

Indicação: Associação dos Engenheiros Agrônomos do Maranhão (Aeama) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Maranhão (Crea-MA)


Até os 20 anos, o engenheiro agrônomo Francisco Soares da Silva viveu na fazenda Baixão, propriedade da família desde seus bisavós, próximo ao povoado de Croatá (atual Elesbão Veloso), em Valença do Piauí. Após cursar Agronomia, em Fortaleza, ele ampliaria a tradição agrária familiar pelas próximas cinco décadas no vizinho estado do Maranhão.

Ex-presidente do Crea-MA, professor e ex-conselheiro regional e federal, Francisco Soares da Silva pôde unir a admiração pelo gado e pelo folguedo popular do Bumba Boi, conhecido por outras denominações em todo o país.

Com os pais, Santídio Soares da Silva e Antônia Maria da Silva, o mais velho de cinco irmãos convivia com o plantio de diversas culturas, criações, um engenho e o aviamento para a fabricação de farinha. “Só eu me tornei agrônomo, mas hoje dois irmãos cuidam das propriedades. Nunca perdi o vínculo”, diz.

Foi para o Maranhão em 1971, após passar no concurso da Associação de Crédito e Assistência Rural do Maranhão (Acar-MA). Casado desde 1982 com a assistente social Francisca de Assis, maranhense, Soares se tornaria pai dos administradores de empresas Frederico Soares, funcionário do Serpro, e Diego, dos Correios, ambos residentes em Brasília. 

“Sempre foi um homem de valores fortes, muito correto em tudo o que fazia, um dos maiores legados que ele me deixou. Esta é uma homenagem justa, um motivo de orgulho para toda a família”, diz Frederico, o filho mais velho. “Papai sempre foi muito responsável, competente e muito preocupado em não faltar nada, principalmente educação”, comenta o caçula.

O extensionismo e a pecuária na Acar (desde 1976, Emater) o levaram aos municípios de Lago do Junco e São João dos Patos até 1977, quando passou a lecionar na Escola de Agronomia da Federação das Escolas Superiores do Maranhão (Fesm), que passou a Universidade Estadual do Maranhão (Uema), em 1982.
 
Paralelamente, passou a integrar o Sistema, em 1973. “Eu era extensionista, conhecia o linguajar do produtor rural e foi fácil me adaptar”. Ex-secretário de Agricultura do Estado, o amigo César Viana, homenageado do Mérito em 2018, comenta que Francisco Soares “é um colega e um profissional exemplar, ético, simples. Eu o nomeei para diretor da Codagro, função que desempenhou com muito zelo e competência”.

Alguns anos depois, tornou-se vice-presidente da Associação de Engenheiros Agrônomos do Maranhão (Aeama), conselheiro regional, primeiro coordenador da Mútua no Estado, em 1985, e presidente do Crea-MA, em 1990. 

“Já conhecia quase todo o estado na Emater. E fui o primeiro presidente eleito diretamente. Na época, o fiscal andava de ônibus. Deixei o Crea com seis veículos”, informa. A criação das inspetorias de Caxias, Açailândia e Timon foi outra marca da gestão. “Hoje os profissionais sabem melhor que a gente protege o mercado de trabalho e a sociedade”. 

Em 2010, teve aprovado junto à Petrobras Ambiental o projeto Revegetação das Nascentes do Rio Preguiças para a recuperação e preservação de três quilômetros de matas ciliares das nascentes do rio. “Criamos um viveiro para a produção e plantio de mais de 40 mil mudas em uma área de 35 hectares, com treinamentos em educação ambiental”, diz.  Ainda como consultor do Instituto de Agronegócios do Maranhão (Inagro), Soares conduziu também o Projeto “Viva Veredas”, que, em 2014, promoveu a geração de renda para famílias do município de Barreirinhas.

Conselheiro federal entre 2016 e 2018, Francisco Soares coordenou a Comissão de Controle e Sustentabilidade do Sistema (CCSS) e foi chanceler da Comissão do Mérito, responsável pela homenagem que ora recebe. “Inovamos na CCSS, ao convidar o presidente do Crea a defender as contas com ressalvas. No Mérito, pude homenagear quatro profissionais do estado. As entidades indicavam o meu nome, mas havia um interstício. Agora, posso dizer tranquilamente que essa indicação representa a coroação do trabalho que fiz”. 


Trajetória profissional
Técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Maranhão (1971-1980); Na Universidade Estadual do Maranhão – Uema, professor (1977), coordenador e professor do Centro de Treinamento de Irrigantes (1988-1989) e chefe do departamento de Economia Rural (1987-1988);  Na Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado do Maranhão – Aeama, vice-presidente (1977-1979) e presidente (1979-1981); No Crea-MA, conselheiro regional suplente (1979-1981), conselheiro titular (1981-1989), presidente (1991-1993); assessor da presidência (2001-2003); conselheiro titular e primeiro vice-presidente (2005) e conselheiro titular (2007-2008); coordenador regional da Mútua-MA (1985-1987); técnico, diretor-técnico e diretor-presidente da Companhia de Defesa e Promoção Agropecuária – Codagro (1989-1996); homenageado com a Medalha do Mérito Agronômico da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil – Confaeab (1998); diretor do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias – Ibape-MA (2004-2007); consultor do Instituto de Agronegócios do Maranhão – Inagro (2004-2017); No Confea, conselheiro federal (2016-2018).