Euclides de Oliveira Leite

Engenheiro Mecânico pela Universidade do Pará, em 1967; Engenheiro de Segurança do Trabalho pela Universidade do Amazonas, em 1980.
 
Nascimento: 16 de julho de 1944
Falecimento: 10 de dezembro de 2014
Naturalidade: Manaus (AM)
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM)
 

Perfil

O engenheiro mecânico e de segurança do trabalho Euclides de Oliveira Leite foi desses profissionais que regressam à terra natal não apenas para levar progresso, mas para ser feliz.  “Ele tinha muito amor por Manaus. Gostava de contar que, quando o pai dele decidiu ir trabalhar em Belém e levou toda a família junto, Euclides disse ter batido o pé na ‘terrinha’ prometendo voltar”, rememora a esposa Vera Leite, paraense que ainda muito jovem conheceu Euclides em Belém e com quem compartilhou afinidades na profissão por mais de 30 anos. 

Os dois cursaram Engenharia Mecânica na Universidade do Pará. Euclides formou-se em 1967 e Vera concluiu a faculdade em 1971. Oito anos depois e já casados, até tentou levar o marido para o Rio de Janeiro, onde ela se firmava profissionalmente. Mas o amor de Euclides pelo Amazonas convenceu a esposa a acompanhá-lo para fazerem carreira na capital manauara.

À época, como lembra Vera, Manaus estava em desenvolvimento e isso era bom para a vida profissional do engenheiro, que já havia passado pela Companhia de Eletricidade, onde chefiou a área de manutenção mecânica da Usina I, cuja importância era fundamental na oferta de geração de energia para atender ao mercado consumidor local. “Ele também ajudou no planejamento da implantação da Usina II.”

Euclides fez carreira ainda trabalhando no segmento de manutenção mecânica de equipamentos de fabricação de compensados, foi chefe da divisão de oficinas do Departamento de Estradas de Rodagem da Amazônia (DER-AM). Em 1981, esteve à frente da área de mecânica da Companhia Siderúrgica da Amazônia (Siderama). Quatro anos depois gerenciou o setor de manutenção mecânica e a divisão de geração da Usina Termelétrica de Mauá, dentro das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.

“Ele gostava muito de manutenção de turbinas em usinas. Não tinha especialização nessa área, mas lia muito. Era quase um autodidata neste campo. Se ligassem para ele dizendo que havia uma turbina com problemas, ele logo corria para solucionar”, conta Vera.

Igual dedicação foi destinada ao Sistema Confea/Crea, onde foi conselheiro por cinco mandatos no Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM), e uma vez no Conselho Federal.

A principal luta de Euclides era pela valorização profissional, como ressalta Afonso Bernardes, engenheiro industrial-mecânica e de segurança do trabalho conterrâneo de Euclides. “Ele batalhava pelo cumprimento das atribuições dos engenheiros mecânicos, com base na legislação do Sistema”, frisa o colega que em 2017 teve a honra de receber o Prêmio Euclides de Oliveira Leite por ter naquele ano se empenhado na instituição do Dia do Engenheiro Mecânico (5/6).

A honraria foi criada em 2017 pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Amazonas (Senge-AM) para eternizar a história do profissional considerado pelo vice-presidente da entidade, engenheiro agrônomo Carlos Alonso Alencar Queiroz, uma “referência dentro do Sistema por ser estudioso e inteirado da legislação”, além de ser devotado ao ofício e à cidade de origem, como testemunha a família. “Ele tinha muito amor pela Engenharia. Possuía vários livros da área e estudou neles até os últimos dias de vida”, recorda o filho engenheiro químico Euclides Junior. “Amor comparável tinha também por Manaus. Já aposentado, dizia ser feliz por ter concretizado o sonho de trabalhar na terra natal”, completa a companheira de vida e profissão.

 

Trajetória Profissional
Chefe de Manutenção Mecânica do Setor de Capacitação do Utinga, no Departamento de Águas e Esgoto – DAE/PA (1968-1969); Chefe da Divisão de Manutenção e Equipamentos Rodoviários no Departamento Rodoviário Municipal – DRM (1969-1970); Chefe de Manutenção Mecânica da Usina I (Aparecida), da Companhia de Eletricidade de Manaus – CEM (1970-1973); Engenheiro mecânico no Serviço de Montagem de Grupos Geradores de Fabricação de MWM no Modiesel Máquinas S.A. (1973); Atuou nos serviços de Manutenção Mecânica de Equipamentos de Fabricação de Compensados, na empresa Madeiras Compensadas da Amazônia – Compensa (1974); Chefe da Divisão de Equipamentos e Oficinas no Departamento de Estradas de Rodagem da Amazônia – DER/AM (1974-1981); Chefe da Divisão Mecânica na Companhia Siderúrgica da Amazônia – Siderama (1981-1985); Gerente do Setor de Manutenção Mecânica e da Divisão de Geração da Usina Termelétrica de Mauá, nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (1985-1989); Conselheiro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas – Crea-AM (1984-1987, 1988-1990, 1992-1994, 2001-2003 e 2013-2014), coordenador da Câmara Especializada de Mecânica e Metalurgia do Crea-AM; Conselheiro no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea (1999).