Brasília, quarta-feira, 14 de abril de 2004. O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) brindou o brilhantismo de sete repórteres. Vencedores Prêmio "Confea 70 anos" de jornalismo impresso, tiveram seu talento reconhecido no dia 13 de abril, em solenidade especialmente preparada para eles: além do troféu e da certificação, receberam R$ 10 mil cada. Apenas houve exceção na categoria Arquitetura, que revelou um empate e a divisão do valor. Todos os ganhadores, nas categorias engenharias, arquitetura, agronomia, geologia, geografia e meteorologia, escreveram reportagens inteligentes, inovadoras e didáticas e contribuíram para a difusão correta de temas destas áreas.O prêmio de jornalismo impresso foi o primeiro organizado pelo Confea e avaliou reportagens e matérias escritas no ano de 2003, entre dezenas de textos de todas as regiões do país. O sucesso já motivou a continuação do projeto. Durante a recepção dos vencedores da versão 2003, no Saint Paul Hotel, em Brasília, foi anunciada a edição deste ano, que em breve terá inscrições abertas. A novida é que agora também concorerão matérias de televisão, rádio, internet e fotografia.Para Rosa Maria Miguel Fontes, vencedora na categoria Engenharias, o prêmio é importante porque direciona o olhar dos jornalistas para assuntos considerados difíceis. "Com incentivos como este, o profissional se prepara direito, toma cuidado com a correção dos dados e passa e informar melhor", acredita ela, que é editora de informática e telecomunicações do jornal Estado de Minas. Rosa escreveu a matéria "TV Digital Com as Cores de Minas", em que descreve a implementação da nova tecnológica de TV digital em Santa Rita do Passa-Quatro, interior de Minas Gerais. Seu colega de redação, Luiz Ribeiro, levou outro prêmio para o Estado de Minas. Aos 34 anos, o repórter tem um currículo invejável: com este, são 15 prêmios de jornalismo, por textos que abordam de trabalho infantil a meio ambiente. Desta vez, Ribeiro venceu com a matéria "Desvios no Rio São Francisco", que relata as transformações geográficas no curso de um dos mais importantes rios do país e suas conseqüências. "São iniciativas como esta do Confea que despertam o verdadeiro fim do jornalismo, o resgate da cidadania", afirma ele. Ribeiro explica: "na oportunidade, pude conhecer muito das implicações sociais e ambientais de ações que às vezes passam apenas como tecnológicas".O empate registrado na categoria Arquitetura mostra um ângulo interessante da prática jornalística. As duas vencedoras, Maristela Machado Crispim, do Diário do Nordeste, do Ceará, e Adriana Jacob, do Correio da Bahia, têm perfis opostos. A primeira é especialista em urbanismo e meio ambiente; a segunda, pouco sabia do assunto. Autora da reportagem "Alternativas para o centro antigo", Maristela diz que o tema é sua paixão. "É fantástico fazer o que se gosta e ainda ser premiada por isso", comenta. Ela, que está grávida de oito meses, arremata: "sem dúvida a matéria foi o filho primogênito". Já Adriana provou uma experiência bem diferente. "Essa reportagem me despertou para um imenso mundo novo", conta ela, que nunca tinha redigido sobre urbanismo. Adriana publicou "Urbanista da Província", que mostra a história de Mário Leal Ferreira, arquiteto que reiventou o espaço público de Salvador. "Para elaborar tal projeto urbanístico, o homem teve que pensar em saúde, em turismo, em inclusão social, em tudo!", relata entusiasmada. Adriana admite que não imaginava o quão envolvente e amplo podia ser falar de urbanização.Fabrício Marques de Oliveira, autor do trabalho "Bom tempo para a Meteorologia", publicado no jornal O Tempo, de Minas Gerais, considera o prêmio uma iniciativa saudável para o jornalismo e para o público. Isso porque, segundo ele, muito do que se escreve sobre o campo tecnológico acaba engessado numa abordagem mecânica. "O que vemos diariamente sobre meteorologia não passa daquela banal previsão do tempo. Muita gente não sabe, porém, que o assunto é riquíssimo e está diretamente ligado ao dia-a-dia das pessoas", encerra. Fernando Albuquerque Miranda, também do O Tempo, concorda. Ao escrever "Em busca de um tesouro Invisível", ele mostrou um viés inusitado da geologia, voltada aos recursos hídricos. "No Brasil temos a impressão de que há muita água, de boa qualidade e que não vai acabar. Estamos enganados", sentencia. Sua matéria mostra uma alternativa, a captação subterrânea, algo que foge do lugar comum quando o assunto é água. Também com matéria sobre recursos hídricos, mais um vencedor foi Luiz Anselmo de Sá. Ele publicou o texto "Pesquisa realizada pelo Crea revela o mau uso da água na agropecuária do Nordeste" no Jornal Noroeste de Minas. De acordo com o repórter, o prêmio é um estímulo importante para profissionais de praças menores, que assim podem mostrar seu talento. "Para mim, que sou do interior, o prêmio serve de referência, me incentiva a continuar com devoção na carreira que considero um sacerdócio", afirma ele, ao receber com orgulho o troféu na categoria Agronomia. Gustavo Schor - Da Assessoria de Comunicação Social
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