Engenheira utiliza tecnologia da informação para a nova vida da família com quadrigêmeos

São Luís (MA), sexta-feira, 3 de dezembro de 2004.

O apartamento da engenheira mecânica Lillian Alvares, cinco anos atrás, ficou pequeno para abrigar quatro carrinhos de bebê, banheiras, mamadeiras, berços, fraldas e tudo mais que os recém-nascidos necessitam nos primeiros meses de vida. A casa da avó acabou sendo o refúgio da família até que tudo fosse adaptado para atender às demandas dos quadrigêmeos, além da filha mais velha, hoje com oito anos, e do marido, também engenheiro. Enfim, a vida da família mudou de uma hora para outra.

Mas mudou para melhor. Susto mesmo só ocorreu no início, quando as ecografias feitas no consultório médico apontavam, num primeiro momento, gêmeos, depois trigêmeos e finalmente a confirmação: quadrigêmeos - três meninos e uma menina. O esforço valeu a pena. "Às vezes me pergunto se estava preparada para a mudança. Acho que não. Porém, fiz tudo que estava ao meu alcance. Também tive a ajuda da tecnologia", costuma dizer a engenheira.

O fato de ter trabalho durante 15 anos na área da ciência e tecnologia, revelou Lillian Álvares à platéia do 1º Fórum da Mulher, na palestra de encerramento do evento, na noite de quinta-feira (02), também possibilitou a construção de inúmeros sonhos, entre eles, o mais importante: a chance de ter uma grande família, resultado de um tratamento para engravidar.

"Minhas escolhas até hoje são baseadas no ponto de vista tecnológico. Escolhi uma clínica certificada com a ISO 9001. Depois que as crianças nasceram, as tecnologias existentes no mundo e no Brasil deram as condições de sobrevivência para meus bebês. Quando eles foram para casa, plenos de saúde, percebi que tinha que lançar mão de toda minha experiência na área de informação para controlar a equipe de profissionais que me ajudava", contou Lillian ao abordar o tema Absorção tecnológica no contexto familiar e profissional.

No total, 11 profissionais de carteira assinada, além da própria família, sem exagero algum, ajudaram na construção dessa nova realidade. A engenheira implantou um eficiente sistema de informação, com base em tabelas de situação, em relatórios de ocorrência e banco de dados. Ela também montou um verdadeiro sistema de monitoramento ambiental em casa. Com isso, Lillian não precisava estar em casa fisicamente. Ao mesmo tempo em que trabalhava, precisava ter a garantia de que os bebês estavam tomando banho de sol, leite, por exemplo. "Por isso, montei esse sistema de monitoramento. Era a forma de repassar dados de uma equipe para outra", relatou.

Hoje, a engenheira tem apenas três pessoas em casa para cuidar de tudo. As crianças cresceram, já freqüentam a escola e não demandam tantos cuidados se comparado à época em que eram bebês. No entanto, a informação e a tecnologia continuam inseparáveis na rotina da casa. A mãe mantém computadores conectados em rede e com a Internet. "Com isso, consigo dar um aporte de informações para minha filha de oito anos que faz pesquisa na rede. Ao mesmo tempo, levo para casa todo tipo de software educacional para a pré-escola. Isso não quer dizer que minha atividade educacional é baseada somente em tecnologia. Ao contrário, eles têm atividades ao ar livre, bicicleta, natação, tudo o que as crianças precisam para um desenvolvimento saudável", prosseguiu. Ela também conta com uma webcam em casa, o que proporciona mais segurança. Se não tivesse essa tecnologia de transmissão de dados via Internet, admite, talvez demorasse mais para retornar ao trabalho e poderia ter ficado insegura deixando as crianças com as babás. "Como tinha a garantia de que meu trajeto de 10 minutos entre o trabalho e a casa era o único momento em que estaria de fato sem notícias de casa, apenas pelo celular, optei pela câmara. Chegava no trabalho e monitorava tudo. A tecnologia, sem dúvida, me possibilitou retomar as atividades com mais rapidez", comentou.

A engenheira orgulha-se de ter conseguido conciliar trabalho, vida pessoal e família. "Consegui complementar tudo isso. Queria ter minha carreira, um trabalho voluntário para ajudar e construir uma família. E foi como consegui conciliar. Meu marido também tem a mesma visão sobre o que queremos para nossa família. Quando viajo, fico sossegada. Sei que ele vai ajudar". Para as mulheres, Lillian deixou uma mensagem especial: quando queremos, posso garantir que é possível", concluiu.

Adriana Baumgratz - Da Assessoria da Soeaa