Brasília, 10 de dezembro de 2020.
Nascido em Lupinólis (PR), Carlos Antonio Xavier, 63 anos, aos 20 chegou em Rondônia em 1977. Até 1981, trabalhou como técnico agrícola para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Machadinho do Oeste, cidade do interior onde chegou a ser secretário de agricultura. Depois de passar pela iniciativa privada, fez carreira na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO), onde começou como extensionista em 1992 e atua até hoje. Já morando na capital, Porto Velho, e aos 53 anos, formou-se engenheiro florestal e tem pós-graduação em Segurança do Trabalho e Georreferenciamento.
Casado com Maria de Fátima Xavier, funcionária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-RO), quatro filhos, Xavier conta que começou na política classista: “Por acaso, a convite de um amigo, Antonio Moreira, que concorria ao cargo de presidente do Crea enquanto ele, Xavier disputaria o cargo de diretor-geral da Mútua, caixa de assistência dos profissionais do Crea. O amigo não, mas ele foi eleito em 2015. Em 2018, sem nunca ter sido conselheiro, ou diretor de alguma entidade de classe, lançou-se direto como candidato à presidência do Crea, cargo para o qual foi reconduzido com mandato de 2021 a 2023".
Nesta entrevista, Carlos Xavier fala do que tem projetado e pretende realizar à frente do Crea-RO.
Site do Confea: Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades do próximo mandato? Como serão colocados em prática e quais resultados positivos irão gerar?
Carlos Antonio Xavier: Entre os desafios está o de alcançar o grande numero de engenheiros civis e agrônomos que trabalham no interior A maior parte dos profissionais registrados no Crea atua na capital e uma das minhas propostas é interiorizar nossa participação no estado. Não pretendo criar inspetorias, mas estabelecer ações que promovam reuniões no interior e ofereçam cursos de atualização. O terceiro desafio é, sem dúvida, a construção da nossa sede nossa sede, com recursos do Confea especialmente destinados a isso. Temos o terreno e o projeto está sendo elaborado.
Site do Confea: Na sua avaliação, o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma adequação de procedimentos? Se sim, por quê? Qual tipo de reestruturação é necessária, e como a sua gestão irá atuar neste sentido?
Carlos Antonio Xavier: Defendo que temos que atuar como um Sistema, agindo com procedimentos padronizados e sob o comando do Confea. Hoje, cada Crea tem formas diferentes de agir e quando o profissional vai de um estado para outro tem que se adaptar às regras e funcionamento sistema operacional local, até as atividades de campo mesmo. Em minha opinião, o Confea tem que focar no seu papel institucional em benefício dos Creas, incentivar uma proatividade maior na fiscalização e dar mais atenção às entidades de classe, além de intensificar sua atuação política junto ao parlamento. Outra questão é a dos conselhos dos técnicos que vêm baixando resoluções que afetam muitas atividades dos profissionais registrados no Sistema. Temos que recorrer à Justiça.
Site do Confea: Nas eleições de 2020, seis mulheres foram eleitas para os Creas do Acre, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Antes, somavam quatro os Regionais presididos por engenheiras. Qual a sua análise sobre esse crescimento da representação feminina e qual a importância de se fomentar a pauta equidade de gênero no Sistema?
Carlos Antonio Xavier: A prioridade é incentivar a participação feminina e a inclusão da mulher engenheira no Sistema. Atualmente temos poucas engenharias no estado e quatro conselheiras regionais titulares. Sei que essa também é uma das metas do presidente do Confea, Joel Krüger.
Site do Confea: O senhor acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais nele registrados?
Carlos Antonio Xavier: A integração geográfica reforça nossos propósitos e metas, além de dinamizar nossa atuação nacional. Os Creas da região Norte se reúnem antes do encontro nacional. Somos a região que mais contribui com as demandas do Colégio de Presidentes. Juntos, conseguimos que as demandas sejam atendidas com maior presteza.
Site do Confea: Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua essa viabilidade?
Carlos Antonio Xavier: Nestas eleições, eu me dirigi a candidatos a prefeito defendendo que invistam na engenharia para terem sucesso em sua administração. Em muitos municípios há dinheiro disponível, mas não existem bons projetos de interesse das comunidades. Além disso, é preciso que os salários sejam atraentes e oferecer condições de trabalho para executar e fiscalizar.
Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea