Eleito presidente, Neovânio pretende modernizar o Crea-RR durante sua gestão

Brasília, 11 de dezembro de 2020.

Pós graduado em Gestão de Organização Escolar e de Planejamento de Obras, e em Engenharia de Segurança do Trabalho, o engenheiro civil Neovânio Soares Lima, 47 anos, concorreu pela primeira vez e foi eleito presidente do Crea-RR, com mandato de 2021 a 2023.

Na política classista atua desde 2010, quando assumiu a vice-presidência do Sindicato dos Engenheiros do estado, na chapa liderada pelo também engenheiro civil Emmanuel Ticsher.  “Entrei nesse universo depois de entender que não adianta criticar, temos que colaborar”, disse ele na entrevista ao site do Confea. 
No Sistema Confea/Crea, seu primeiro mandato de conselheiro titular do Crea-RR foi de 2013 a 2016. No Regional já secretariou a diretoria, coordenou as comissões de Orçamento de Contas e de Renovação do Terço, e as Câmaras Especializadas de Ética Profissional, e a de Engenharia Civil, Geologia e Minas. Por duas vezes, ocupou a vice-presidência e exerceu o cargo de presidente. Na Mútua, caixa de assistência dos profissionais dos Creas, foi diretor-geral.

Neovânio Lima

Natural da cidade de Boa Vista, capital de Roraima,  Neovânio é casado com a fonoaudióloga Danielle Christinna Ferreira Lima há 17 anos e pai da Mariah, cinco anos, nesta entrevista ao site do Confea, ele fala do que tem planejado para realizar em sua gestão e de sua disposição em aproximar os profissionais do Crea.

Site do Confea: Dentro do Sistema Confea/Crea, qual foi sua trajetória até chegar na presidência do Crea?

Neovânio Soares de Lima: No Crea-RR fui conselheiro titular de  2013 a 2016; coordenador da Comissão de Prestação e Orçamento de Contas em 2013; conselheiro titular da Câmara de Ética Profissional, 2013; vice-presidente de janeiro a agosto de 2014; presidente em exercício no período de setembro a dezembro de 2014; secretário da diretoria em 2015; coordenador titular da Comissão de Renovação do Terço, 2015; coordenador da Câmara de Engenharia Civil, Geologia e Minas, 2016; vice-presidente em 2017 e  diretor- geral da Mútua-RR , caixa de assistência dos profissionais.

Site do Confea: Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades de seu mandato? Como serão colocados em prática e quais resultados positivos podem gerar?

Neovânio Soares de Lima: Acho interessante destacar que nosso projeto não é individual e tem por base o pensamento de um grupo de profissionais que pensam como a base e queremos continuar na linha do Wolney (*) e trabalhar para termos um conselho melhor. Entre os projetos a curto prazo pretendemos melhorar nosso atendimento. Somos o Crea mais novo no Sistema, o estado tem grandes dimensões e temos apenas quatro fiscais para atender a demanda. Queremos informatizar nossos serviços e o trâmite de processos em função até mesmo da equipe que é pequena e reduzir as distâncias para que a fiscalização seja inteligente e esteja mais presente por meio do mapeamento de ARTs (Anotações de Responsabilidade Técnica). A médio prazo será feito um estudo de avaliação do prédio-sede do Crea-RR e sua viabilidade econômica, temos um terreno disponível e conseguimos aporte financeiro do Confea para a construção de uma nova casa, moderna, com acessibilidade para o regional receber melhor os profissionais que atuam no estado, ter um espaço adequado para reuniões e eventos. Quero fazer com que o profissional se  sinta em casa. Pretendo convidar o presidente Joel Krüger, do Confea, para lançar a pedra fundamental. O prédio atual poderá ser vendido ou mesmo alugado. Estabelecer um relacionamento cada vez mais próximo com as instituições de ensino superior – tanto com o corpo docente, quanto com a direção e os estudantes. Estes, em especial, precisam saber da  importância de ter um sistema regulamentar e fiscalizador de suas atividades profissionais e ter um Código de Ética, por exemplo. O diálogo com os poderes Legislativo e Judiciário está traçado entre as nossas metas, assim como a parceria com empresas para promover estágio que possa constar já em seu acervo.  A longo prazo, gostaríamos de deixar a marca de um Crea protagonista das ações da engenharia em Roraima. Também pretendo incentivar a participação dos profissionais no processo eleitoral do Sistema Confea/Crea.

Site do Confea:  O senhor acha necessário uma readequação do Sistema Confea/Crea e Mútua no que se refere a seus procedimentos em relação a normatização e fiscalização dos profissionais? Se sim, por que?  Qual tipo de reestruturação é necessária, e como a sua gestão irá atuar neste sentido?

Neovânio Soares de Lima: A nossa lei 5.194, de 66, permanece intacta até hoje e precisa ser adaptada aos gargalos que existem hoje como a federalização do plenário do Confea onde apenas 18 estados estão representados. Acredito ser importante ter assento em grupos de trabalho do Ministério da Educação para ajudar a avaliação de cursos visando a qualidade do que é ensinado aos formandos. Agora temos a Engenharia de Inovação, que tipo de atribuição ou atribuições dar a quem se formar nessa área, um mix do que foi estudado? Em Roraima a engenharia não parou em tempos de pandemia, conseguimos manter a mesma quantidade de ARTs. O Brasil tem várias obras a serem feitas e o papel social da engenharia no desenvolvimento do país é fundamental. Defendo que exercer ilegalmente a profissão deixe de ser considerado contravenção, é mais grave que isso, e a penalização deve ir além da prestação de serviços comunitários. 

Site do Confea: O senhor acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais nele registrados? Se não, por que?

Neovânio Soares de Lima – Os encontros regionais são de suma importância. O  Brasil é muito grande e cada região tem suas especificidades, peculiaridades e enquanto Sistema precisamos uniformizar procedimentos . Existem determinadas atividades que são mais fortes em uma região do que em outra, e a reunião regional vai revelar a realidade de cada uma e facilitar a definição de um objetivo comum, fazendo com que o encontro nacional seja mais proveitosa.

Site do Confea:  Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua opinião sobre essa viabilidade?

Neovânio Soares de Lima: É extremamente viável. O governo, seja ele estadual, municipal ou federal precisa ouvir a parte técnica do Brasil, ouvir os profissionais da engenharia brasileira que é de ponta, uma das melhores do mundo. Operações como a Lava Jato tem que agir sobe os profissionais que têm que pagar pelo que aconteceu, mas não poderia desmontar o potencial tecnológico das empresas. Responsabilizar o dono da empresa, sim, mas não provocar um demonstre da engenharia, como aconteceu. O país tem obras espetaculares a fazer mas precisa da tecnologia desenvolvida por essas empresas. Os governos têm que ouvir propostas de desenvolvimento, ouvir bons profissionais. Acredito que assim seriam menores as chances de um projeto dar errado.

Site do Confea:   Nas eleições de 2020, seis mulheres foram eleitas para os Creas do Acre, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Antes, somavam quatro os Regionais presididos por engenheiras. Qual a sua análise sobre esse crescimento da representação feminina e qual a importância de se fomentar a pauta equidade de gênero no Sistema?

Neovânio Soares de Lima: Na verdade elas contribuem e muito com o Sistema. No Crea temos 23 conselheiros, perto de 2/3 são mulheres. Temos que ampliar essa participação. Elas são capacitadas, têm potencial e não só na engenharia em todas as profissões, o que é muito salutar. 

(*) Wolney Parente, engenheiro agrônomo que encerra seu mandato em 2020.


Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea