Educação e ética devem pautar Fórum da Mulher na WEC 2008

Vitória (ES), 28.11.2005

A reunião feita na tarde de ontem para preparar a mesa redonda de hoje, visando a realização do Fórum da Mulher na World Engineers Convention  WEC 2008 , no Brasil, serviu não só para traçar uma linha mestra das discussões que se desenrolarão em torno da mesa, mas para projetar preocupações reais e soluções possíveis que, independente do gênero (masculino ou feminino), alcançam a todos.

“Uma das ações é investir em questões estatísticas”, defendeu logo no início a engenheira civil Irenilza Naas, consultora do Confea para a WEC 2008. Para ela, é fundamental “sabermos quantas pessoas formadas efetivamente atuam na área tecnológica. Saber que tipo de chance é dada aos que se formaram, mas que por mil razões se distanciaram de suas áreas profissionais e querem voltar. É evidente que essas pessoas estão desatualizadas. Como trazê-las de volta e atualizadas? Os Estados Unidos e a Alemanha estão levantando essas informações porque querem saber o que representa esse potencial”, informa Irenilza.

A arquiteta Regina Fitipaldi, colaboradora do Confea, volta suas preocupações para a Educação. “Que profissionais estamos formando para enfrentar que desafios? Os jovens que saem das faculdades têm que estar preparados para as novas demandas do mundo”, constata para continuar indagando:  que demandas são essas? A formação fornecida é adequada e trata com respeito todos os ecosistemas ou só considera o humano?

Irenilza completa, informando que a Dupont  uma das maiores indústrias têxteis do mundo -, destinou 60% de seu orçamento até 2010, para pesquisa de materiais e na prospsecção de produtos futuros. Na mesma linha, IBM e 3M dedicam, respectivamente, 50% e 30%”.

Regina alerta que Compromisso Social, parte do tema da 62ª Soeaa, “deve perpassar sempre todo e qualquer debate de questões do presente e do futuro. É ele que deve nortear as ações porque só assim o que for pensando, pesquisado e/ou inventado, se transformará em benefício para a sociedade”.

A arquiteta vê “uma enorme distância  que aumenta a cada dia  entre o profissional e a população. E isso precisa mudar até para atender essa mesma população para a qual trabalhamos e nos propomos servir”.

Regina critica que a maioria dos estudos, pesquisas e ações “gira em torno do consumo” e questiona se estamos preparados para o desenvolvimento sustentável. “Temos que estimular o sistema de redes na Internet para partilhar conhecimentos e experiências profissionais”.

Para Deodete Packer, eng mecânica e coordenadora do Fórum da Mulher, “o espaço para a rede já está criado, só precisa atrair mais internautas, é o Fórum Virtual da Mulher, disponível no site do Confea”.

Irenilza enfatiza a necessidade dos governos investirem em pesquisas tecnológicas para atender as características e demandas de cada país. “Soluções brasileiras para as realidades brasileiras”, exemplifica para lembrar que o aproveitamento das características do clima do país nas construções rurais, torna a avicultura nacional a mais baratas do mundo”. “é na tecnologia de ponta, criada para cada região que estão muitas soluções”, reforça Regina para quem o Fórum da Mulher, em 2008, durante a WEC, “deve marcar posições e estimular ações voltadas para informação, geração de conhecimento e pesquisa”.

Educação e ética são dois aspectos que ganham destaque nos encaminhamentos traçados por Regina, Deodete e Irenilza para a mesa redonda de hoje. Em função disso, Regina recorre à transdisciplinaridade que se apóia em quatro pilares: educar para conhecer, educar para fazer, educar para conviver e educar para ser para reafirmar: a “educação é a matéria-prima para alimentar e edificar os seres humanos e o mundo”.