Brasília, 2 de fevereiro de 2006
Além de apresentar as propostas, a delegação informou à organização do Fórum as ações que o Sistema Confea/Crea já vem realizando ou planeja realizar sobre o assunto e que contribuem para o atendimento das proposições.
No que se refere ao tema acessibilidade, foram sugeridas ações para uma cidade inclusiva como: sensibilização dos professores das áreas de engenharia e arquitetura, entre outras, no sentido de incluir na formação dos profissionais conteúdo que os habilitem a lidar com o tema. Ainda nessa linha, foi proposto que os alunos passem a ser orientados para desenvolver trabalhos sobre acessibilidade, além de incentivo às instituições de ensino para adequarem suas instalações às normas de acessibilidade.
Sobre o mesmo tema, foi proposto ainda o estabelecimento de cooperação técnica e consultoria para empresas e órgãos públicos, uma campanha de sensibilização e a promoção de seminários e cursos sobre acessibilidade.
A delegação informou que o programa de acessibilidade do Sistema Confea/Crea já é realidade nos Creas: PE, RN, GO, SP, PR, BA, MG, RO, PB, SE e RS. E que o Conselho Federal procura promover seus eventos em estabelecimentos acessíveis, incentivando e orientando a adequação de hotéis e auditórios.
Com relação ao assunto transporte público, debatido juntamente com o tema acessibilidade, o grupo propôs a adoção de um Sistema integrado para a população como moradias distantes.
Saneamento - Da oficina que tratou do tema saneamento saíram propostas como a universalização do acesso ao saneamento, gestão sustentável dos resíduos sólidos urbanos e captação de água “IN SITU” para a pequena produção agrícola.
Para o alcance da primeira posposta foram estabelecidas ações como a implantação de um serviço de saneamento de qualidade e público acessível para todos. E a conscientização do Sistema Confea/Crea, entidades e profissionais da importância do saneamento ambiental.
No que se refere à proposta sobre captação de água, foi sugerido o aproveitamento de pneus usados para a captação de água nas pequenas propriedades rurais com fins agrícolas, a partir de ampla divulgação da iniciativa nos centros urbanos com o objetivo de realizar um trabalho intenso de recolhimento do material. Este projeto foi apresentado pelo eng. agrônomo Geraldo Barachuy, presidente da Associação Brasileira de Ensino Agrícola superior (Abeas), e já foi colocado em prática em algumas localidades.
Com relação a estabelecer uma gestão sustentável dos resíduos sólidos urbanos, a delegação deixou claro que é necessário que todas as municipalidades consigam implantar sistema de gestão de limpeza urbana compatível com a realidade das finanças públicas municipais, e respeitando os limites ambientais de cada cidade.
Para este quadro, foi apresentado como ação, a promoção de programas de educação ambiental com o objetivo de esclarecer a população sobre os danos ocasionados pela falta de gestão adequada dos resíduos sólidos urbanos.
Segurança Alimentar - Essa oficina rendeu como proposta a regulamentação, normatização e fiscalização dos produtos transgênicos. Uma das ações para isso seria tornar obrigatório a rotulação dos produtos geneticamente modificados.
Outra proposta nascida nessa oficina, foi a reavaliação, por parte dos países da América Latina, dos seus respectivos modelos agrícolas vigentes, visando adotarem novas políticas mais centrada no ser humano e consideradas socialmente corretas.
Nessa mudança de política está inclusa a produção de alimentos com alto valor nutricional sob o aspecto biológico e corretamente produzidos sob o aspecto ambiental. Além da implantação de um modelo agrícola inclusiva que fixe o homem no ambiente rural.
O Fórum em números
Cada vez mais grandioso, o VI FSM contou com a participação de aproximadamente 80 mil inscritos em duas mil atividades. Ao todo, foram contadas 2,5 mil organizações e três mil voluntários. O evento teve a cobertura de quase cinco mil jornalistas de todo o mundo.
As atividades foram divididas em seis diferentes eixos temáticos, onde os participantes trataram de assuntos como política, imperialismo das superpotências, trabalho, meio ambiente, cultura e comunicação, entre outros. O eixo temático que desenvolveu o maior número de atividades foi o que tratou de Poder, Política e Lutas pela Emancipação Social.
O Brasil foi o país que mais propôs atividades dentro do fórum: 450, ante 400 do país anfitrião e 150 da Colômbia. Os três países foram, também, os que mandaram as maiores delegações. As atividades culturais, paralelas às discussões do fórum, somaram mais de 200, espalhadas pelos cinco dias.
Ainda serão realizados dois fóruns policêntricos este ano: o de Karachi, no Paquistão, capítulo Ásia, em março, e na Tailândia, em Bangcoc nos dias 21 e 22 de outubro. Em 2007 o Fórum Social Mundial retomará seu caráter único e ocorrerá na África.
Bety Rita Ramos
Da equipe da ACOM
