Crea-GO implanta fiscalização proativa com foco na qualidade de obras e serviços

Brasília, 16 de março de 2018.

"Presidente Francisco Almeida: Crea-GO terá como principal foco a fiscalização"

Formado em Agronomia pela Universidade Federal de Goiás (UFG), o belo-horizontino, radicado em Goiás desde os três anos de idade, Francisco Almeida está pela quarta vez à frente do Crea-GO, onde exerceu ainda quatro mandatos de conselheiro regional. No Sistema, foi ainda diretor-geral da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea. Francisco Almeida ocupou também cargos públicos municipais e estaduais, o que o levou, inclusive, a ser condecorado com os títulos honoríficos de Cidadão Goianiense e Cidadão Goiano.

Os 38 anos de atividades profissionais e classistas agora o conduziram a um mandato em que espera que a fiscalização se torne cada vez mais proativa, focada na qualidade de obras e serviços, para os 34 mil registrados no Regional. “O Conselho já está conscientizando os nossos profissionais e conselheiros dessa nova mentalidade de fiscalização, que deve ser proativa, evitando que o mal aconteça. Devemos cobrar, efetivamente, a presença do profissional no empreendimento ou serviço”, diz, na entrevista abaixo, que marca suas expectativas para a nova gestão. Entre elas, um maior envolvimento do Sistema Confea/Crea e Mútua com as ansiedades da sociedade brasileira. 

 

Site do Confea: Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades, como serão tratados e quais resultados positivos irão gerar?

 

Francisco Almeida - Nesta nova gestão, planejamos fazer com que o Crea tenha como principal objetivo sua atividade-fim, que é fiscalizar o exercício profissional. Estamos passando por uma reestruturação física e funcional, para que a fiscalização corresponda a, aproximadamente, 70% das nossas atividades. O Conselho já está conscientizando os nossos profissionais e conselheiros dessa nova mentalidade de fiscalização, que deve ser proativa, evitando que o mal aconteça. Devemos cobrar, efetivamente, a presença do profissional no empreendimento ou serviço.

 

Site do Confea: O senhor acredita que o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma readequação de seus procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como a gestão do senhor(a) irá atuar neste sentido?

 

Francisco Almeida - Em relação à Mútua, não existe nenhum projeto que possa promover cursos EaD de especialização não reembolsável para promover a capacitação profissional. A nossa Caixa de Assistência tem que oferecer cursos a distância, por exemplo, por meio de convênios com instituições de ensino, para que possamos capacitar, cada vez mais, nossos profissionais. Quanto ao Sistema Confea/Crea, acredito que a principal readequação a ser feita já é sugestão dos órgãos de controle federais (Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União): devemos deixar de agir como cartórios, fiscalizando apenas documentos, e partir, efetivamente, para uma fiscalização preventiva, mostrando para a sociedade que a presença do profissional devidamente habilitado e registrado nas obras/serviços de Engenharia significa segurança, qualidade e economia.

 

Site do Confea: Acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?

 

Francisco Almeida - A integração entre os Creas é muito importante. Acreditamos que o Crea-GO deve, junto aos outros Creas da região Centro-Oeste, falar a mesma língua e caminhar junto para que possamos transmitir essa nova filosofia do Regional goiano, de uma fiscalização proativa, para os outros Conselhos. Acredito que esse é o rumo certo. Esse será o nosso objetivo e tenho certeza de que, com o apoio do Confea, do presidente Joel Krüger, nós promoveremos essa mudança de mentalidade em relação à atuação dos Conselhos. Cada Crea deve ser independente, mas temos que unificar a linguagem. Os mesmos procedimentos de fiscalização impostos aqui devem ser impostos em toda a região Centro-Oeste. Assim, vamos mostrar para o Federal que se deve fazer com que todas as unidades da federação falem a mesma linguagem. O profissional que realizar uma boa prestação de serviços aqui também prestará bons serviços no Acre, em Rondônia ou Manaus. Nós queremos que essa integração seja efetivada com coordenação do Confea. Já do ponto de vista político, devemos fazer valer a proposta do presidente Joel Krüger: melhorar a presença efetiva do Sistema Confea/Crea nas discussões dos problemas da sociedade, apresentando soluções. Houve uma ausência do Conselho Federal nos últimos anos e, agora, com a nova gestão, o Confea deve assumir, junto aos Creas, essa participação mais efetiva, mostrando nossa verdadeira importância para o desenvolvimento sustentável de todo o Brasil.

 

Site do Confea: Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual a opinião do(a) senhor(a) sobre essa viabilidade?  

 

Francisco Almeida - Nos últimos anos, o Sistema ficou completamente afastado das políticas públicas. Nós temos a capacidade e a obrigação de oferecer para o governo nossas propostas de políticas públicas nas áreas de habitação, transporte, alimentação, meio ambiente e outras ligadas ao Sistema. Devemos participar efetivamente de todas essas ações e opinar, junto ao governo e aos políticos das esferas municipal, estadual e federal. Nossa participação tem que ser concreta, para mostrar para a sociedade nossa verdadeira importância.


Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea

Foto: Sílvio Simões

 

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