Brasília 17 de novembro de 2022.
A participação do Presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) marcou o segundo dia da Reunião Intermediária da Copimera – Confederação Pan-Americana de Engenharia Mecânica, Elétrica e Ramos Afins, nesta quinta-feira (17/11). A Reunião, que prossegue nesta sexta, definiu a prorrogação do mandato do presidente da entidade, eng. mec. Jorge Gallo Navarro, e anunciou a candidatura única do atual vice-presidente da entidade, eng. mec. Jorge Nei Brito, à sua sucessão.
Ao saudar os participantes da reunião, o engenheiro civil Joel Krüger comentou que a Copimera desenvolve um trabalho histórico de integração latino-americana. “Um trabalho importante de internacionalização no qual o conselho tem agido em diversos fóruns profissionais, preocupado com a mobilidade profissional, com a questão da certificação profissional e com a discussão técnica, considerando que a engenharia não tem fronteiras. Temos uma participação forte em nível internacional, e a gente quer estreitar essas relações com a Copimera. Há duas semanas, estivemos na reunião da diretoria executiva da Federação Mundial de Organizações de Engenharia – FMOI. Também estivemos presentes no congresso da Associação Americana de Engenheiros Mecânicos – ASME. Então, temos participado fortemente na integração internacional”, disse, colocando a estrutura do Confea à disposição da Copimera.
Ao receber as congratulações por sua participação no Conselho Executivo da Federação Mundial de Organizações de Engenharia (FMOI/WFEO – nas siglas em francês e inglês) e ainda questionamentos dos diretores da entidade por Porto Rico e Argentina, respectivamente, Jairo Lascarro e Fernando Pedro Luliano, o presidente do Confea destacou o trabalho desenvolvido junto às chancelarias e às entidades profissionais dos países do Mercosul para colocar em prática o acordo de mobilidade profissional firmado em dezembro do ano passado entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Segundo Joel, graças à competência paradiplomática do Confea, é possível assinar acordos bilaterais ou multilaterais para a mobilidade profissional, como o acordo mantido com a Ordem dos Engenheiros de Portugal. “Esperamos que aqui no Mercosul possamos assinar acordos bilaterais, embora as tratativas conduzidas pela Comissão de Integração da Agrimensura, Agronomia, Arquitetura, Geologia e Engenharia no Mercosul – CIAM já tenha sido corroborada pelos quatro governos. Falta apenas uma questão operacional”.
O presidente do Confea acrescenta que há também negociações em andamento com países de língua portuguesa para avançar na questão da reciprocidade. “E temos interesse em avançar em acordos nas três Américas, principalmente bilaterais. Há o nosso interesse sim, principalmente na América do Sul, onde temos uma fronteira muito grande e o livre trânsito de profissionais é muito importante e até natural, embora não apenas nessa faixa. A Copimera é muito importante para que possamos avançar nessa questão da mobilidade e da certificação profissional. A fórmula de sucesso é fazer da forma mais simples possível, como é em relação ao acordo com a Ordem dos Engenheiros de Portugal”.
Fundação Copimera
A apresentação do presidente da Fundação Copimera, o engenheiro eletricista brasileiro Aramis Arauz Guerra, também marcou o segundo dia da Reunião. Ex-presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (ABEE) e há quatro anos na função, ele explicou os objetivos e metas da entidade, tendo seu mandato renovado pelos participantes.
Segundo ele, a Fundação Copimera contribui quanto a aspectos econômicos e técnicos da confederação, delegando-se diretamente à sua presidência, conforme define a estrutura organizacional da Copimera. Em seu estatuto, estão previstos objetivos como criar, dirigir e administrar com fins para educação e tecnologia e ainda promover organizar cursos, conferências e palestras com a finalidade de arrecadar fundos para promover o desenvolvimento profissional, tecnológico científico, social e acadêmico para a manutenção institucional da Copimera.
“Assim, podemos realizar convênios, conferências virtuais e intercâmbios com outras entidades semelhantes, além de aceitar doações e permutas. Para isso, temos que avançar com essa ideia da criação da nossa personalidade jurídica para que a Copimera cumpra suas funções”, informando que em 2022 foram realizadas 18 conferências de alto nível com a participação de 10 países. “O maior tesouro que temos é possibilidade de realizar cursos. Todas as atividades não têm o objetivo de captar recursos para a Copimera”.
Aramis informa que, desde 2021, não vem sendo realizado o Fórum Pan-americano da entidade, tratando sobre educação virtual na formação dos engenheiros, suas tendências e o novo cenário. “É preciso ter recursos financeiros suficientes para a participação presencial. Quem não pode pagar, participe virtualmente. Agora é uma obrigação pensar dessa forma. Tivemos atividades suspensas. Por exemplo, não foi possível estabelecer convênios, solicitar aportes, doações, bem como fazer acordos com empresas públicas e privadas”.
Personalidade jurídica
Os “problemas de gestão” são atribuídos por ele à pandemia do Coronavírus, que impediram as transferências de divisas internacionais para a Copimera. No entanto, Aramis ressalva que não há como circular recursos, se a entidade não dispõe ainda de conta bancária em seu nome, resultando no uso da conta pessoal do atual presidente. “Vocês têm ajudado muito a Copimera na parte financeira, mas devemos evitar isso. Temos que financiar nossas atividades, por meio de cursos presenciais e a distância. Há formas de obter recursos financeiros para a Fundação, desde que se tenha uma conta bancária jurídica. Temos que aprender a fazer esses cursos. É uma forma de obter recursos para todas as entidades em todo o mundo e não podemos deixar de utilizá-la”.
O presidente da Fundação Copimera afirmou que concorda com a defesa do coordenador da Região III da Copimera, o portorriquenho Jairo Lascarro, sobre a importância de preparar os profissionais para trabalhar nos Estados Unidos e na União Europeia. “No entanto, apenas uma pequena parcela dos profissionais tem condições efetivas de trabalhar nesses países, pois eles exigem profissionais habilitados de fato”, disse, afirmando que o desafio da Fundação Copimera é muito grande. “A Fundação tem a obrigação de ter os recursos necessários para que a Copimera funcione bem. A partir de abril do próximo ano, creio que poderemos trabalhar melhor. Temos que ter experiência sobre isso para podermos trabalhar melhor”.
Futuro presidente da Copimera, o vice-presidente Jorge Nei Brito explicou que a personalidade jurídica da entidade está em processo de conclusão em Honduras e que, devido a isso, é benéfico para a Copimera procrastinar o mandato do atual presidente, colocando, então, em debate a proposta aprovada pelo Conselho Diretor da Copimera. “A personalidade jurídica da Copimera está quase concluída. Até o próximo ano, isso estará resolvido”, disse, informando que o presidente Jorge Gallo está arcando com despesas com o Fisco, devido a esse problema. “Como candidato único, entendo que para uma melhor gestão da Copimera é melhor que essa eleição ocorra no próximo ano, no Congresso Pan-americano de 2023”, disse, sobre o evento ainda sem local definido.
“Vamos trabalhar junto com o Confea e outras entidades interessadas para que a mobilidade profissional, a certificação profissional e as discussões técnicas sejam um novo marco para os engenheiros de todos os países signatários destes possíveis acordos bilaterais ou multilaterais. Acredito que este é o momento para que estes acordos aconteçam, e temos que avançar rápido”, disse Jorge Nei Brito, dirigindo-se ao presidente Joel Krüger.
“Pedi então para procrastinar o atual mandato do presidente Jorge Gallo para que ele tenha condições de concluir o processo de implantação da personalidade jurídica da Copimera com a abertura da conta bancária institucional em Honduras”, disse, ressaltando que a interrupção do mandato comprometeria o processo de concretização, apresentando a moção do Conselho Diretor para manter o mandato do atual dirigente, o que foi corroborado por unanimidade pela Assembleia Geral da Copimera.
“Apoio essa moção e continuo à disposição para ajudar a Copimera como sempre fiz. Quando lancei minha candidatura à presidência em 2017, vim ao Brasil exclusivamente a São João del-Rei e propus para que Jorge Nei fosse candidato à primeira vice-presidência, para me ajudar e para me suceder. Se saio do cargo agora, a personalidade jurídica de Copimera não será possível. Meu amor pela Copimera morre comigo”, disse, parafraseando líder hondurenho Francisco Morazán, antes da aprovação da moção que o manteve presidente da Copimera. “O que peço é que me ajudem a enfrentar este desafio”, destacou o presidente, ressaltando ainda a necessidade de atualização do estatuto da entidade como uma das prioridades desta nova etapa, em uma proposta que também foi aprovada pela Assembleia.
Ao final dos trabalhos, foi aprovada ainda a Declaração de Brasília.
No período da tarde, foi realizada uma visita técnica à barragem do Lago Paranoá.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Marck Castro/Confea