Brasília, 07 de janeiro de 2010.
Um técnico em informática foi chamado para consertar um computador gigantesco e complexo, de 12 mil de dólares. Sentou diante do monitor, balançou a cabeça, murmurou algumas palavras e desligou o aparelho. Tirou do bolso uma minúscula chave de fenda e deu uma volta e meia em um determinado parafuso. Na sequência, religou o computador e constatou seu funcionamento perfeito. Encantado com a solução rápida, o dono da empresa perguntou o valor do serviço: “mil dólares”, disse o técnico. “Isso é um absurdo”, replicou o proprietário: “o computador vale US$12 mil e você me cobra US$ 1 mil. Pago, desde que me mande uma fatura completa”. “Pois não”, disse o técnico. No dia seguinte o dono da empresa recebe a fatura e paga sem pestanejar. A fatura dizia: “Detalhes dos serviços prestados: apertar um parafuso US$ 1. Saber qual parafuso apertar US$ 999.
Embora velho, o conto tecnológico retrata a chamada Era do Conhecimento, como estão sendo tratados estes tempos modernos, ou mesmo a Era da Revolução da Informação que, segundo alguns estudiosos, marca o fim da Era Industrial.
É essa a abordagem dada por Neri dos Santos ao texto “A Era do Conhecimento: os novos desafios para os profissionais de Engenharia”, onde propõe uma “inflexão” entre os tempos da certeza e do raciocínio lógico (Era Industrial) e os atuais, caracterizados pela imprecisão, pelo futuro desconhecido e pelo número infinito de possibilidades que se apresentam (Era do Conhecimento).
Publicado no site do Confea, o trabalho elaborado por Santos já alimenta os debates a serem realizados durante os encontros microregionais, estaduais, e nacional, que precedem a sétima edição do Congresso Nacional dos Profissionais ligados ao Sistema Confea/Crea, a ser realizado em agosto, em Cuiabá, Mato Grosso.
Santos, que é engenheiro mecânico e professor titular do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina, defende que uma série de fatores precisam ser considerados para que as organizações e os países se preparem para essa nova realidade. Entre eles, destaca: “a compreensão do mundo dos negócios, em todos os seus aspectos para a tomada de decisões bem-sucedidas, assim como os fatores ambientais, as forças competitivas, regulamentos, legislação e tendências socioeconômicas para lidar com a gerência dos recursos humanos, montagem de infraestruturas e definição de estratégias, além da própria globalização que trouxe à tona a dura realidade da concorrência global”, por exemplo.
Num texto conciso, informativo e vibrante, Santos alerta para um dos desafios a serem encarados pelos executivos nesta Era: “o de procurar ver as organizações como se fossem constituídas de estruturas de conhecimento e não de capital”.
Ao considerar os fatores que levam às transformações da sociedade atual, ao tratar sobre ativos do conhecimento, sua disseminação e organização, Santos chama atenção também para os desafios que aguardam os profissionais da Engenharia: “o que se faz hoje de atividade profissional de Engenharia é bem diferente do que se fazia há alguns anos. Cresce cada vez mais o número de engenheiros que trabalham no reino da informação e das ideias”, informa Santos, que completa: “No mundo, em vinte anos (2004/24), a força de trabalho do setor secundário deverá ser reduzida à metade, ao contrário dos postos de trabalho que lidam com informação, que devem triplicar”.
Entre as conclusões tiradas por Santos, diante da nova realidade, está a de que “a engenharia e a gestão do conhecimento surge como uma nova disciplina e levará algum tempo para que ela esteja estruturada em termos conceituais e metodológicos. Da mesma forma levaremos um tempo para a aceitação geral para acessar e avaliar, objetivamente, como essa disciplina e seus processos contribuirão para a competitividade organizacional”.
Leia o texto na íntegra, entre na Era do Conhecimento e participe das discussões propostas pelo 7º CNP.
Maria Helena de Carvalho
Assessoria de Comunicação Social