Amyr Klink: "Brasil tem inteligência e engenharia para vender ao mundo"

Maceió (AL), 23 de agosto de 2006

Aplaudido de pé, o navegador Amyr Klink encantou a platéia, que lotou o teatro Gustavo Leite, em vários momentos da conferência da tarde de ontem, 22, “Planejamento e inovação – Pensar o Brasil com a visão de Amyr Klink”, na 63ª Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia (Soeaa). Ele mostrou a importância do planejamento e ressaltou que, muitas vezes, um projeto ousado precisa tanto de conhecimento técnico quanto – e às vezes até mais – da capacidade de conceber soluções criativas, simples e eficientes.

“O Brasil tem uma capacidade enorme nessa área. Em vários momentos trabalhei com profissionais de países desenvolvidos. Eles são competentes porque têm as ferramentas necessárias para isso, mas é muito chato trabalhar com pessoas pouco criativa. Eles não estão construindo o futuro, já o construíram”, ressaltou o velejador, que é economista e administrador de empresas por formação.

Ele contou episódios de algumas de suas viagens em veleiros, como o projeto “Antártica 360” – uma volta ao mundo em torno do continente gelado em que, durante 79 dias enfrentou sozinho ondas de até 30 metros e muitos icebergs. Klink afirmou que o mais importante em viagens como essa é prever as dificuldades possíveis na concepção da embarcação e que, muitas vezes, a saída não é evitar possíveis problemas, mas se preparar para lidar com eles da melhor forma possível.

“Na construção do Paratii II, havia completa escassez de soldadores. Montamos uma escola, onde ensinamos pessoas que estavam nas ruas, desempregadas e que hoje ganham até 30 mil por mês”, exemplificou o navegador, ressaltando que, apesar de o país ter legislação trabalhista e fiscal complicada, que entravam atitudes empreendedoras, é ter sucesso pensando de forma diferente. “Somos um país riquíssimo desde o início. Temos problemas, é claro, como pobreza e falta de ética, que podem ser resolvidos. Mas outros países têm problemas de energia que não podem resolver. O Brasil tem serviços, inteligência, engenharia e soluções para vender para o mundo”, ressaltou.

Mariana Zanatta
Equipe de Comunicação do Confea