Afonso Célio Pereira Guerra

Perfil

Mineiro de Itabira, Afonso Célio Pereira Guerra é consenso desde muito cedo. Em texto publicado na Revista Brasil Mineral, o responsável por selecionar os então recém-formados para integrar o quadro da Vale S.A. (antiga Companhia Vale do Rio Doce), eng. Darcy Germani, conta que aplicou a técnica de perguntar qual dos colegas eles indicariam para trabalhar em uma empresa deles próprios. Afonso foi apontado por cada um dos colegas que participou da seleção.

Afonso, além da formação em engenharia, tinha perfil de gestor, característica que o projetava em um universo tão cartesiano e que explica o mestrado em Engenharia Econômica. Foram oito anos de ascensão na Vale S.A., incluindo as tratativas iniciais do Projeto de Carajás e a administração da usina de concentração do Cauê, considerada uma das maiores do mundo.  Nos 13 anos em que atuou na empresa Paulo Abib Engenharia S.A. (PAA), tornou-se presidente e foi responsável pelo salto empresarial que ampliou o quadro funcional para 1200 pessoas e pela adoção do primeiro sistema do mundo de automação para controle dos parâmetros de concentração de minérios “on-line” e “just-time”.

Sempre movido pelo desafio, aceitou o convite para ser diretor-presidente da Companhia Nacional de Mineração S.A (Conami), em que identificou oportunidades de negócios no setor mineral, para além do Brasil, incluindo Argentina e Uruguai, onde implantou o projeto de rochas ornamentais. Ao amigo e companheiro de jornada laboral, Jorge Valente, Afonso revelou que tinha o sonho de pegar uma empresa de mineração na fase inicial e abrir uma mina. Foi por meio da Rio Capim Caulim S.A. (RCC) que esse sonho se materializou, pois liderou todo o processo desde o desenvolvimento, a implantação mineral, a produção e o desenvolvimento de novos produtos. Como o próprio amigo Jorge Valente recorda, foi no Pará a inauguração da mina e da fábrica da RCC, estado onde ele agora será homenageado pelo Sistema Confea/Crea e Mútua.

Na vida pessoal, Afonso foi casado mais de 50 anos com dona Beatriz, com quem teve dois filhos e quatro netos. Torcedor apaixonado do América Futebol Clube, o engenheiro de minas era um entusiasta dos esportes, tanto que aos 70 anos se aventurou a jogar peteca. O trabalho sempre foi uma realização, tanto que mesmo hospitalizado fazia questão de dar continuidade aos trabalhos iniciados. “Ele foi um homem realizado em tudo o que fez. Talvez porque fosse apaixonado pelo trabalho, o comprometimento sempre esteve presente em seus projetos”, declara dona Beatriz. 

O Sistema Confea/Crea e Mútua presta homenagem a esse mineiro que tanto contribuiu para o desenvolvimento do nosso país pelos relevantes serviços prestados na engenharia de minas e metalurgia. 

 

Trajetória Profissional

 

Engenheiro (Controle de Qualidade da Produção); Engenheiro-Chefe da Usina de Cauê (operação e manutenção); Chefe do Departamento de Obras e Gerente da Divisão de Novos Projetos  da Cia Vale do Rio Doce S.A. (CVRD), hoje conhecida apenas como Vale,  incluindo a gerência dos estudos e projetos iniciais para o Projeto de Carajás) (1967 – 1975); Gerente de Projetos de Engenharia (multidisciplinares); Diretor de Engenharia e Operações; Vice-Presidente e Presidente da Paulo Abib Engenharia S.A. - PAA (1975 – 1988); Diretor Superintendente da  Conami, Nacional de Mineração S.A. (1988 – 1990); Diretor Presidente da RCC, Rio Capim Caulim S.A., (1991 – 2008); Consultor independente, destacando assessoria à diretoria da Minerconsult S.A. e como CEO da Maelgwyn Contecmina Américas Ltda (MCAm).