Perfil
Adalziro era o mais velho de oito irmãos. Nasceu em uma família na qual os nomes são regidos pelo prefixo Adal (Adalberto, Adalmilson, Adalcinira ...), uma tradição iniciada pelo pai, Ophir Duarte, e que o primogênito tratou de dar continuidade: do casamento de 40 anos com a professora primária Rosa Maria Vilhena Duarte: Adalziro Júnior, Adalnilson e Adalnice.
Ainda menino chegou a Belém com os pais e por lá ficou. Para a família, o legado deixado por ele guarda referência e liderança no incentivo a que cada um buscasse o melhor de si, fosse filho, aluno, companheiro de trabalho, amigo. “Adalziro era muito bem humorado. Parecia brabo, mas só parecia”, conta dona Rosa.
Adalziro se destacou na área de infraestrutura de telecomunicações, e quando faleceu aos 71 anos - vítima de complicações renais com as quais lidava há anos - desenvolvia estudos sobre novas fontes de energia.
“Era exigente. Tinha fama de sério. Cobrava as coisas corretas. Na área profissional não admitia erro, dizia que a ‘Engenharia é uma ciência exata e não podia haver erro’”, lembra João Bosco Rabelo dos Santos, engenheiro civil, amigo e seguidor da filosofia Rosacruz, como ele, e que chegou a trabalhar com Adalziro.
Muito requisitado, tanto para falar sobre Sistemas Elétricos com foco no racionamento de energia, quanto para falar do poder da mente e sobre a Rosa Cruz, Adalziro gostava de observar o céu. Dona Rosa conta que ele sempre dizia que “queria ir para outro planeta e que se surgisse um disco voador ele embarcaria com toda a certeza”.
Até passar mal subitamente durante uma viagem a trabalho a Teresina, acreditou que seria capaz de se curar sem recorrer à máquina de hemodiálise e resistia ao tratamento.
Se ser honrado foi um ensinamento fundamental na educação dos filhos, para um rapaz que vendia bombons na frente do Crea-PA, ensinou que ajudar o próximo também é buscar o melhor de si para doar. Durante o velório, tal rapaz hoje formado em Engenharia Elétrica agradeceu, revelando a ajuda anônima de Adalziro que lhe custeou os estudos.
Trajetória Profissional
Professor da Escola Técnica Estadual do Pará, lecionando as disciplinas de Eletrônica Digital, Desenho Eletrônico e Técnica Digital, década de 1980; Representante técnico da Ericsson, no Pará (1972-1975); Engenheiro da Fiacap S.A, fazendo divulgação técnica de produtos para o Norte e Nordeste do Brasil (1975-1976); Engenheiro chefe da Seção de Implantação da Rede telefônica da Grande Salvador, da Telebahia (1976-1980); Engenheiro chefe da Divisão de Projetos de redes telefônicas da Telepará (1980-1990).