Abec quer se aproximar das pequenas e médias empresas

Brasília (DF), 04.05.2005

Ana Rosa Chopard Bonilauri, presidente da Associação Brasileira de Educação Corporativa (Abec), formalizada há um ano mas que soma três de atuação, trabalha no Rio de Janeiro, na Embratel,  como Gerente de Desenvolvimento de  Recursos Humanos  que entre outras tarefas, faz a gestão da universidade corporativa da empresa.

No segundo dia  da III Oficina de Educação Corporativa que está sendo realizada na sede do Confea, em Brasília,Ana Rosa, num dos intervalos entre as palestras, concedeu a seguinte entrevista à Assessoria de Comunicação do Confea:

Confea - Em três anos de atividade, quais os principais progressos alcançados pela Abec?

Ana Rosa  O principal progresso foi a gente ter conseguido novos interlocutores para a questão do desenvolvimento da Universidade Corporativa dentro da educação corporativa. A Abec congrega empresas de diferentes portes e trabalhos que nos ajudaram muito a conhecer outros modelos e aplicações. Fora isso, o contato com o governo, através dos ministérios da Educação, do Trabalho e  de Desenvolvimento Indústria e Comércio, e com o próprio Confea, tem dado um impulso muito importante à tarefa, até mesmo dentro das empresas ligadas à nós, cerca de 20 organizações. Mas a nossa grande preocupação é que essas empresas são todas grandes. Nosso desejo é levar a Abec para as pequenas e médias empresas.

Confea - É possível se pensar em parcerias público-privadas na educação corporativa?

Ana Rosa  Não tenho detalhes da lei que rege as parcerias público-privadas, mas sem sombra de dúvida acho que essa parceria já existe porque as parcerias são feitas  com as instituições de ensino,  naquilo que a gente pode influenciar nos currículos, nós também participamos de discussões  e levamos nossa experiência para as universidades e escolas, técnicas e de 2º grau, através dos programas de estágio onde  recebemos muito estudante, através das parcerias para a educação corporativa propriamente dita. Fazemos isso independente das escolas serem particulares ou públicas, mas a gente acaba optando muito pelas fundações das universidades públicas, em função do alto grau de desenvolvimento e de pesquisa, principalmente em se tratando de empresas que têm tecnologia de ponta como é o caso de muitas  que integram a Abec neste momento.

Confea  Como a Abec, em relação  a universidade corporativa, lida com os conceitos de liberdade e tempo que  são livres na universidade tradicional, já que as empresas têm pressa no retorno dos investimentos feitos junto a seus funcionários?

Ana Rosa  A questão da pressa é um dado essencial. Hoje, com a questão da competitividade, você discutir novos currículos, novos cursos, novas ementas,  exige amadurecimento de meses em cima de uma tecnologia que vai entrar e exige medidas. Os ritmos são diferenciados sem sombra de dúvida, agora o esforço da universidade, da empresa, é complementar . Se a universidade não avançar seus estudos , suas pesquisas, não está pronta para esse açodamento que existe no lado da produção. Acho que é muito complementar, não vejo problema nenhum nisso, esses ritmos têm que ser assim mesmo. Essa pseudo morosidade do ensino é necessária a alguns ramos de pesquisa aplicada, é inexorável.

Confea  Qual a avaliação que você faz desta terceira oficina?

Ana Rosa  Esta oficina está com um nível altíssimo. Sou acostumada a participar de eventos que são organizados para as empresas e estou absolutamente encantada com o grau de profundidade de discussão que se coloca nesta terceira oficina que está revelando o grau de comprometimento das discussões. Acho que esta é a grande diferença desta oficina.

Por Maria Helena de Carvalho
Da equipe da Acom