78ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) aborda inovações na Engenharia de Segurança do Trabalho

Gramado, 11 de agosto de 2023.

Clarisse Barreto, Iva Barbosa, Genilson Pavão, Benvenuto Gonçalves Júnior, Gleice Piovesan e Ana Paula Pinho

 

No segundo dia da 78ª Soea, o Auditório Chimarrão foi palco de uma série de palestras que abordaram a valorização profissional no contexto das inovações de mercado aplicadas à Engenharia de Segurança do Trabalho. A programação teve início às 14h com a apresentação do engenheiro agrônomo e de segurança do trabalho Benvenuto Gonçalves Júnior, que também é o presidente da Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho (Anest). Em seguida, a engenheira agrícola e de segurança do trabalho Clarice Guilherme Barreto, professora do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), abordou os desafios atuais da implantação de uma cultura de Segurança do Trabalho no ensino das Engenharias.

Clarisse apresentou a Resolução de 24 de abril de 2019, que institui as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em engenharia e fez uma provocação aos participantes ao questionar o porquê de as instituições de ensino não inserirem a disciplina de Segurança do Trabalho em sua grade curricular.

A engenheira agrícola e de segurança do trabalho Clarice Guilherme Barreto: “Sem educação, sem prevenção não chegamos a lugar nenhum”

O painel também contou com a engenheira química e de segurança do trabalho Gleice Piovesan, inspetora regional do Crea-MS e vice-presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Engenharia de Segurança do Trabalho (Asmest), que falou sobre desafios e oportunidades na aplicação da Engenharia de Segurança do Trabalho no agronegócio.

Gleice exibiu dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, 2022) referentes a empregabilidade do agronegócio que sinalizam mais de 18,20 milhões de trabalhadores formais, e cerca de 3,12 milhões de ocupações informais, e 23% do total de vagas de trabalho no país.

Nesse contexto, os profissionais de Engenharia de Segurança do Trabalho que buscam se manter atualizados e capacitados para lidar com essas inovações têm uma oportunidade única de valorização. A capacidade de implementar soluções tecnológicas que visam aprimorar a segurança, bem como interpretar e utilizar os dados gerados por essas ferramentas, se torna um diferencial crucial.

Engenheira química e de segurança do trabalho Gleice Piovesan

Além disso, a presidente do Fórum Feminino da Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho (Fanest), engenheira de produção e de segurança do trabalho Iva Ferreira Barbosa, apresentou uma reflexão sobre os desafios e oportunidades para as mulheres no desenvolvimento da área.

Entre as oportunidades que favorecem a mulher na engenharia, Iva elencou quatro pontos, dentre eles ODS; Programas do Sistema Confea/Crea e Mútua; Entidades de Classe de estados da Federação; e Acate.

A valorização profissional nesse contexto vai além das competências técnicas. A habilidade de comunicar de forma eficaz, engajar as equipes de trabalho e liderar a implementação de mudanças é igualmente essencial. Profissionais que demonstram uma visão estratégica e uma compreensão holística das questões de segurança, aliadas à capacidade de gerir processos de mudança, se tornam peças-chave na busca por ambientes de trabalho mais seguros e produtivos.

A presidente do Fórum Feminino da Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho (Fanest), engenheira de produção e de segurança do trabalho Iva Ferreira Barbosa

Outro tópico discutido foi sobre os riscos e oportunidades do Metaverso e da Realidade Virtual na Segurança e Saúde do Trabalho, conduzido pela engenheira de segurança do trabalho Ana Paula da Anunciação Pinho, diretora da Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho da Paraíba (Aest-PB).

A Engenharia de Segurança do Trabalho, voltada para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, está sendo profundamente influenciada por inovações como a automação, a internet das coisas (IoT), a inteligência artificial e a análise de dados. Essas tecnologias têm o potencial de revolucionar a forma como as empresas abordam a segurança no local de trabalho, tornando possível a coleta e análise em tempo real de dados sobre condições de segurança, exposição a riscos e até mesmo a saúde dos trabalhadores.

Além disso, a interdisciplinaridade tem se mostrado fundamental para o sucesso na área. Engenheiros de Segurança do Trabalho estão cada vez mais colaborando com profissionais de TI, engenheiros de software e especialistas em análise de dados para desenvolver soluções integradas que abordem efetivamente os desafios de segurança nas empresas.

Ana Paula da Anunciação Pinho, diretora da Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho da Paraíba (Aest-PB)

Finalizando o Painel o conselheiro federal e diretor de Estratégia e Gestão do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, eng. eletric. Genilson Pavão, pontuou as ações realizadas pelo Confea, demonstrando a importância de conscientizar os gestores de alto nível das empresas, defendendo que trabalhar na prevenção é fundamental.

As apresentações deixaram claro que a valorização profissional na Engenharia de Segurança do Trabalho no contexto das inovações de mercado está intrinsecamente ligada à capacidade de adaptação, atualização e colaboração interdisciplinar. Os profissionais que abraçam esses desafios, combinando habilidades técnicas e competências de liderança, estão bem posicionados para desempenhar um papel crucial na construção de ambientes de trabalho seguros, saudáveis e preparados para o futuro.

Reportagem: Abigail Cardoso (Crea-MA)
Edição: Beatriz Leal (Confea)
Equipe de Comunicação da 78ª Soea
Fotos: Studio Feijão e Lentilha