Goiânia, quinta-feira, 28 de novembro de 2002. Diante da globalização das empresas e do trabalho, como fica a regulamentação profissional, como no caso das profissões organizadas no Sistema Confea/Crea? Esta foi a pergunta feita durante o seminário O Exercício Profissional e os Novos Perfis de Trabalho, parte integrante da 59ª Semana Oficial da Engenharia (SOEAA) que está acontecendo, de 26 a 29, na cidade de Goiânia. Não houve uma resposta para a indagação, mas os participantes procuraram ver as alternativas.O Seminário, conduzido por diversos consultores, contou com a presença do engº civil Henrique Meireles, único brasileiro presidente mundial de um grande banco americano: o Banco de Boston. Para Meireles, o ensino de engenharia no Brasil, em geral, é bom e, tanto os profissionais, quanto as empresas têm condições de enfrentar os desafios da globalização e do desenvolvimento tecnológico, mas precisam estar atentos para as grandes tendências mundiais. "O mundo, cada vez mais, procura tomar partido da realidade e a tecnologia da informação não dá margem para erros", alertou.Para o consultor do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), engº Eduardo Soriano, é preciso melhorar a empregabilidade dos profissionais das engenharias, pois o mercado exige um profissional cada vez mais multidisciplinar. "O mercado está aí, cabe ao profissional transformar as ameaças em oportunidades, mantendo uma atualização permanente das suas habilidades e competências", ensinou.Soriano afirmou ainda que existem diversas oportunidades de trabalho na área das engenharias, como o setor de meio ambiente, Fundos Setoriais, recursos hídricos, novas fontes de energia, telecomunicações, e outros. Com relação aos Fundos Setoriais, ele sugere uma maior ingerência do Sistema Confea/Crea junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia. "Os Fundos são hoje, uma das melhores oportunidades do mercado para o investimento em ciência e tecnologia. O Sistema não pode ficar fora dessas discussões", conclui.Diretrizes CurricularesQuando se fala em perfil e organização profissional não se pode deixar de considerar as diretrizes curriculares do ministério da Educação(MEC). Está é a afirmação do engº Rui Carlos Camargo, consultor da USP e do PNUB da Organização da Nações Unidas (ONU). Segundo ele, quando se fala da globalização da engenharia e dos engenheiros, tem de se considerar que também está ocorrendo uma globalização dos currículos. "Com as diretrizes curriculares acabam os currículos mínimos e a formação profissional passa a ser conduzida para determinadas áreas", afirmou.Diante da complexidade das novas formações o presidente do Confea, engº Wilson Lang, afirmou que "este é um desafio que o Sistema tem de começar a enfrentar e para o qual não existem respostas fáceis". Para ele, as discussões estão apenas começando, mas vão exigir uma resposta rápida dos profissionais e do Sistema. "Dessa nossa resposta depende até mesmo, a manutenção da regulamentação das nossas profissões", concluiu Lang. Marta Rocha Suarez - Agência de Notícias Confea/Crea
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