Carlos Alberto Sona

Engenheiro Eletricista pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), em 1989

Nascimento: São Paulo (SP), 2 de agosto de 1958

Falecimento: São Paulo (SP), 30 de abril de 2020

Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP)

Determinado, atento a inovações e exemplo para os colegas de profissão. Assim é descrito Carlos Alberto Sona por aqueles que conviveram com ele nos mais de 40 anos dedicados à ferrovia.

Já no início da carreira, Sona revelava seu perfil de vanguarda, ao ocupar o cargo de técnico em eletrônica no ramo digital – uma novidade em 1979. Nessa profissão desempenhada na extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA), tinha a atribuição de corrigir falhas nas mesas de rádio dos centros de controle das estações da Luz, Brás, Paranapiacaba e Piaçaguera, em São Paulo.

Dez anos depois, o estudioso e resoluto Sona se formava em Engenharia Elétrica pela Universidade de Mogi das Cruzes (SP). Tendo trabalhado em várias áreas ligadas à manutenção, em 2014 aceitou um novo desafio na Diretoria de Engenharia de Obras e Meio Ambiente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Nesta fase, esteve à frente da reforma e reconstrução previstas para todas as linhas da companhia.

Compromissado com os resultados, assimilou rapidamente a nova rotina, se entrosando com a equipe de profissionais de diferentes especialidades e coordenando projetos complexos, como a reforma das estações Jardim Belval, Jardim Silveira e Quitaúna, na Linha 8-Diamante. Nessa empreitada, foi responsável por substituir o velho sistema operacional dos bloqueios de entrada de passageiros em cada uma das três estações. A missão era mantê-las convivendo com os dois sistemas simultaneamente, sem impactar a dinâmica do processamento de arrecadação, feito pela leitura de bilhetes e cartões, e assegurando a regularidade operacional até que o trabalho fosse concluído. 

Assim como esse, tantos outros desafios foram vencidos porque o especialista em sistemas de segurança de tráfego ferroviário atuava pautado em requisitos de intercambialidade e otimização da manutenção. Empenhava-se para reduzir o intervalo entre os trens e proporcionar viagens mais rápidas, seguras e confortáveis aos passageiros. Sona ficou conhecido por dar soluções como essas para aumentar a qualidade das operações e elevar os padrões da prestação de serviço para a população, com foco na melhoria da mobilidade urbana.

Em outro projeto, depois de implantar os sistemas da estação Suzano, na Linha 11-Coral, ele efetivou a migração dos novos equipamentos de energia de média e baixa tensão com a estação em funcionamento e, novamente, sem causar contratempo para os usuários da linha. Os colegas recordam que esse resultado somente foi alcançado com êxito porque o engenheiro se engajou em pesquisar instruções e dialogar com especialistas experientes no assunto. Tudo isso para suprir a ausência de manuais sobre como executar a operação. Esse foi mais um obstáculo superado por Sona com a perseverança que lhe era peculiar.  

Seu último projeto foi a implantação dos sistemas de comunicação de dados e de alimentação elétrica da nova estação Francisco Morato, na Linha 7-Rubi. Seu perfil inspirador de liderança em Engenharia e atuação comprometida renderam homenagem póstuma na cerimônia de inauguração da estação, onde foi instalada uma placa em respeito e memória do trabalho realizado pelo engenheiro. 

Ao longo da trajetória, ganhou amigos que se lembram da figura discreta, ponderada e sempre disponível a orientar e trocar impressões sobre novidades do universo da Engenharia. Foi também a partir do labor na ferrovia que ele criou os dois filhos, os quais têm o pai como referência de honestidade, inteligência e força de vontade. Valores esses reconhecidos pelo Confea/Crea com a entrega da mais alta honraria do sistema profissional. Em 2022, a notoriedade do engenheiro eletricista Carlos Alberto Sona, que partiu no Dia do Ferroviário, é merecidamente inscrita em uma nova página da história. 

Trajetória profissional 
Na extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e atual Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), foi técnico em eletrônica, engenheiro eletricista e assessor executivo.