Brasília, 6 de junho de 2024.
Estudos apontam que as pessoas passam cerca de 90% da vida em ambientes fechados. E, se nesses espaços não houver uma boa renovação do ar, são grandes as chances de propagação de doenças, como rinite, bronquite, covid e outras doenças respiratórias.
De olho na qualidade do ar de locais isolados, um grupo de engenheiros do Sistema Confea/Crea está elaborando cartilha e vídeo com orientações para garantir bem-estar e saúde das pessoas. “Temos o objetivo de levar conhecimento ao profissional de engenharia para que ele faça um bom projeto e promova conforto para as pessoas em ambientes fechados”, explica o eng. mec. Osny do Amaral Filho, integrante da Comissão Temática de Qualidade do Ar Interior (CTQAI) do Confea.
A atuação do engenheiro mecânico para garantir a qualidade do ar interior é fundamental, especialmente, no projeto de instalação de sistema climatizado e de ar condicionado. São eles que definem a periodicidade da troca de filtros e a limpeza dos aparelhos, seguindo recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a Resolução 9, que determina os prazos para procedimentos de inspeção. Toda essa rotina periódica de eliminação de bactérias, fungos e outros agentes contaminantes é listada pelo engenheiro mecânico no Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). “Vamos incentivar os engenheiros a se atentarem para a qualidade do ar interior na hora de elaborar o PMOC”, afirma o coordenador da comissão, eng. mec. e seg. trab. Aysson Rosas Filho, ao lembrar que a Lei 13.589/2018 determina a aplicação do PMOC em edifícios de uso público e coletivo que possuem sistemas de climatização e condicionamento de ar. “A legislação visa eliminar ou minimizar os riscos potenciais à saúde dos ocupantes desses espaços”, reforça o engenheiro.
A correta aplicação do plano de manutenção tem impacto direto na saúde pública. “São menos pessoas doentes e menos sobrecarga no sistema de saúde”, observa o eng. mec. Alexandre Kontoyanis. Há ainda inúmeros estudos que apontam correlação entre qualidade do ar interior, produtividade e capacidade cognitiva. “Para escolas, isso é um grande diferencial na capacidade de aprendizagem dos alunos e, para empresas, é uma excelente oportunidade de investimento para aumentar a produtividade de seus funcionários”, acrescenta.
Em termos financeiros, o PMOC é importante para conservação dos equipamentos, gerando maior economia de custos com energia elétrica, como explica Osny. “O aparelho de ar condicionado tem que estar bem limpo para dar o seu maior rendimento térmico, que é a energia que você aplica nele e o resultado em temperatura que ele fornece. Quando esse aparelho está sujo, ele trabalha mais e, portanto, gasta mais energia para atingir aquele mesmo resultado de conforto e temperatura”, alerta o especialista.
Fiscalização
Para assegurar qualidade de vida para a população brasileira, a Comissão Temática de Qualidade do Ar Interior (CTQAI) do Confea trabalha ainda para padronizar ações de fiscalização em ambientes que possuem sistemas de climatização e condicionamento de ar. “No Crea Maranhão, por exemplo, será realizada uma operação de fiscalização chamada Ar Puro em parceria com a Vigilância Sanitária para fiscalizar a aplicação do PMOC em grandes empreendimentos, como hospitais, escolas, cinemas e shoppings, para depois irmos para os pequenos empreendimentos”, adianta o presidente do Crea-MA, eng. mec. Wesley Assis.
Nesta frente de fiscalização, a comunidade é uma grande aliada. “É necessário que a sociedade seja também um ente fiscalizador da qualidade do ar interior desses estabelecimentos públicos e privados. Por isso, é importante levarmos informação sobre o tema para as pessoas”, conclui o coordenador adjunto da comissão, eng. mec. Lucas Carneiro.
Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Gabriela Arruda/Confea