Transportes nas mega cidades é assunto da WEC 2004

Xangai, sexta-feira, 5 de novembro de 2004.

O problema de transporte que as mega cidades, com grandes concentrações urbanas, terão num futuro breve foi tema de uma das palestras que estão sendo proferidas na II Convenção Mundial de Engenheiros, que está acontecendo em Xangai, na China, até o dia 06 de novembro.

O painel "Transportes e Sustentabilidade nas Megacidades" contou com a participação de palestrante como o presidente da Sociedade Americana de Engenheiros Civis, Galloway P. D.,presidente do Instituto de Engenheiros da Malásia See-Sew Gue e o presidente da China Academy of Building Research, Tiehong Wang, entre outros.

Na avaliação do presidente do Crea-MG, eng. Marcos Túlio de Melo, o painel apresentou várias alternativas de soluções para o que os especialistas prevêem para breve e estão chamando de "apagão dos transportes. "Algumas muito inovadoras, inclusive, de sistemas de transportes que ainda não estão em produção industrial, mas que estão sendo projetados e mostram alternativas bem rápidas para atender determinadas demandas".

O painel teve um momento específico para as cidades de Xangai e Pequim, numa mostra do que está sendo feito para solucionar os problemas locais em nível de infra-estrutura de transporte urbano. "As soluções ainda estão muito concentradas na questão rodoviária e metroviária. O sistema fluvial praticamente não foi mencionado, o que considero uma falha principalmente quando se discute em nível mundial a questão da multimodalidade", comentou Túlio.

Segundo Túlio, ficou claro, num exemplo citado por um palestrante que expôs o caso da África, que passa hoje por um processo muito semelhante ao do Brasil, onde a infra-estrutura de transportes está muito degradada, que os esforços em muitos países estão mais voltados para um processo de recuperação e manutenção da malha existente, que as soluções de novas alternativas que estão sendo pensadas ainda estão aquém do problema.

Túlio aproveitou para fazer uma crítica ao pouco tratamento dado ao assunto habitação na Convenção como um todo, tema que ele considera uma das principais problemáticas das mega cidades.

Ele observou como boa lição para o Brasil, que vai sediar o próximo evento, o formato de organização e conteúdo do evento na China. Eles se voltaram para o conteúdo técnico que discute soluções práticas. Citou ainda, na linha de aprendizados, o rigor no tempo das exposições dos palestrantes, que visa garantir espaço para o debate. "Não agimos assim no Brasil. Essa é uma atitude positiva que deveríamos copiar para a Convenção de 2008", finalizou.

Bety Rita Ramos - Assessora de Comunicação