Sistema quer mudar seu perfil financeiro

Brasília, 7 de junho de 2006

A alteração do perfil financeiro do Sistema Confea/Crea foi um dos assuntos debatidos ontem e hoje, 6 e 7 de junho, em reuniões com duas instituições bancárias: a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. “Queremos centralizar nossos recursos, o que inclui uma movimentação de cerca de 550 milhões de reais, entre rendas do Confea, da mútua e dos 27 regionais. Temos muito a oferecer e queremos saber o que cada banco pode dar em termos de contrapartida, no que diz respeito a taxas mais adequadas”, explicou o conselheiro federal e gerente financeiro Osni Schroeder, interlocutor da negociação.

A primeira reunião foi realizada com o vice-presidente do Banco do Brasil, Manoel Gimenez Ruy. A segunda, com o vice-presidente de desenvolvimento urbano da Caixa Econômica, Jorge Hereda. Em ambas, participaram vários outros representantes do Sistema e dos Bancos. Presente nas reuniões, o presidente do Confea, eng. Civil Marcos Túlio de Melo, ressaltou que, em alguns casos, a diferença de uma taxa bancária varia até em 5 vezes de um Estado para outro. “São justamente os regionais com menos arrecadação que pagam as taxas mais caras. A nossa intenção é equilibrar esses valores”, argumentou o presidente.

Tanto Gimenez como Hereda prometeram estudar essa e outras propostas, como um convênio para regularizar a situação de todos os profissionais do Sistema que trabalham para os bancos. “Muitas vezes, esses profissionais deixam de recolher algumas taxas, como a ART. Isso é prejudicial não só em termos de arrecadação, mas para os próprios profissionais. Eles acabam não formando o seu acervo técnico e, quando deixam de trabalhar no setor público, acabam tendo dificuldade para comprovar sua experiência”, explicou Marcos Túlio.

Pensar o Brasil – Os representantes do Sistema fizeram questão de apresentar nas duas reuniões o material institucional do Sistema e expressar a disposição para firmar parcerias com os bancos na área social. Eles convidaram as instituições para que participem da Feira Tecnológica que acontecerá paralelamente à Semana Oficial de Engenharia e Arquitetura, de 20 a 24 de agosto, em Maceió-AL. Também propuseram parceria para a realização da 3ª Convenção Mundial de Engenheiros, que será realizada em 2008 no Brasil, pelo Confea e a Federação Brasileira de Associações de Engenheiros (Febrae).

Outra proposta é que participem do projeto “Pensar o Brasil, que consistem numa série de ações com vistas a influir nas políticas públicas para o desenvolvimento sustentável do país. “A Caixa Econômica tem um papel essencial na área habitacional e o Banco do Brasil, na área agrícola. Queremos reforçar esses papéis nessa discussão que busca um projeto nacional de desenvolvimento”, ressaltou o presidente Marcos Túlio.

Manoel Gimenez parabenizou os representantes do Sistema pela iniciativa. “Vamos avaliar outras parcerias com a área tecnológica. Certamente estamos interessados”, disse. Hereda teve a mesma reação. “A Caixa sabe da importância dos Creas e do Confea para o nosso país. A parceria que já temos é bem vinda e é possível ampliá-la, sem dúvida”, afirmou.

Assistência Técnica – o presidente da Federação Nacional dos Arquitetos (FNA), Ângelo Arruda, aproveitou a oportunidade para apresentar a Hereda o Projeto de Lei nº 6.981, do Deputado Federal Zezéu Ribeiro (PT-BA), que regulamenta a assistência técnica de engenheiros e arquitetos para famílias de baixa renda. “O projeto, em tramitação nas comissões da Câmara é muito importante, porque não adianta a Caixa disponibilizar um financiamento se a habitação vai ser de baixa qualidade ou curta duração”, ressaltou.

Por Mariana Zanatta
Equipe de Comunicação do Confea