Revista do Crea-PR difunde o saber técnico-científico das profissões

Brasília, 30 de julho de 2020.

Nova edição da Revista Técnico-Científica do Crea-PR será lançada no próximo dia 15 de agosto; valorização do conhecimento científico e das experiências profissionais

Com linguagem acessível, os artigos técnicos e científicos da revista digital do Crea-PR vêm tendo ampla receptividade entre profissionais e estudantes das Engenharias, Agronomia e Geociências de todo o país. Nos últimos sete anos, os 355 artigos publicados já alcançaram mais de 800 mil acessos. Com a expectativa de ser ainda mais valorizada academicamente por meio de uma decisão recente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Revista Técnico-Científica terá sua 24ª edição lançada no dia 15 de agosto.


A professora Edna Possan testemunha a importância da publicação, tanto como avaliadora dos artigos, como em relação ao fato de um de seus textos ser hoje o recordista em downloads, com mais de 25 mil visualizações. 
“Fiquei impressionada com essa informação. Temos que aprender a escrever em diversas formas, em uma linguagem mais aberta, mais como se estivéssemos dando uma palestra, e não se preocupando em apresentar todas as referências científicas, por exemplo. Então, na primeira edição da revista científica do CREA-PR, lançada em 2013, eu procurei associar minha tese sobre a temática de vida útil aderente à recém lançada Norma de Desempenho das Edificações, NBR-1575. Para isso, produzimos um texto menos acadêmico e mais direcionado aos profissionais, o que é a principal característica da revista do Técnico-Científica”, comenta a engenheira civil, que integra o Conselho Avaliador Científico da publicação.
  

professora Edna Possan
Professora Edna Possan: experiência do mundo acadêmico em diálogo com o universo profissional

Professora da Universidade Federal da Integração Latino Americana – UFILA-Foz do Iguaçu e conselheira suplente do Crea-PR, Edna considera que, apesar de algumas semelhanças com as revistas do Comitê Brasileiro de Barragens e a do Ibracon, a publicação diferencia-se pela abordagem e pela abrangência de seu público e de seus colaboradores. “É uma revista técnico-científica de fato, o que lhe dá uma importância muito grande como difusora de conhecimentos, compartilhando, com acesso aberto, o trabalho acadêmico e a experiência profissional”, diz, informando que a Capes modificou recentemente seu entendimento, em prol da valorização de publicações com este perfil técnico para os cursos de pós-graduação. “Isso vai dar ainda mais visibilidade aos artigos”, aposta. Há quatro anos, a Revista Técnico-Científica já integra o Qualis-Períodico, sistema com que a Capes classifica a produção científica dos programas de pós-graduação.


“Revista lida”
Desde sua primeira edição, a revista do Crea-PR tem entre seus revisores o engenheiro eletricista Marco Antonio Ferreira Finocchio, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) que também desenvolve a função há anos em outros periódicos científicos. Para o diretor e conselheiro do Regional, “a revista tem tudo para crescer, atingindo ainda mais o público científico, sem falar no público profissional com quem já é consolidada”. Ele também integra o Conselho Avaliador Científico da publicação.

Professor Marco Antônio Finocchio: consolidada no meio profissional, revista
deverá crescer também no meio acadêmico 

Ainda na visão de Marco Antonio, “a Revista Técnico-Científica não é acadêmica apenas, é profissional também, sendo um diferencial entre a literatura que a gente tem na área. Tem certas experiências profissionais, que não estão registradas em livro. E como o que a engenharia visa é a segurança das pessoas, a pesquisa na área de engenharia tem um trabalho técnico que pode vir a transformar-se em um bom trabalho acadêmico. Falta apenas difundir essa experiência prática que oportuniza a disseminação do conhecimento”.


O sucesso editorial da revista é compartilhado pelo conselheiro federal engenheiro agrônomo Adriel Ferreira da Fonseca. “Nós temos muitas revistas puramente acadêmicas. E temos alguns meios que fazem isso, mas não com a profundidade de valorização do profissional do campo, uma experiência que serve também para a academia. A revista do Crea-PR não tem um viés tão científico assim, pois o público dela é o engenheiro agrônomo atuante, não necessariamente o engenheiro agrônomo pesquisador. Já vi ótimas matérias sobre a conservação de solo e de outras áreas que não são necessariamente a minha especialidade. Os textos contribuem para o exercício da Agronomia, têm uma atuação pragmática”.

professor Adriel Ferreira
A valorização da experiência profissional também é ressaltada pelo conselheiro federal e professor Adriel Ferreira, um dos avaliadores científicos da revista

Para o conselheiro federal suplente, esse é o maior mérito da publicação. “Essa é uma iniciativa que merece ser difundida entre todos os regionais, o que de certa forma já é feito porque a Revista do Crea-PR tem alcance nacional e internacional, por meio da internet. A receptividade do público é sempre comprovada porque a revista é lida. Temos muitos periódicos com artigos fundamentalmente científicos, sendo essa voltada para a formação mais aprimorada, entretanto de uso direto do profissional”, ressalta o terceiro integrante do Conselho Avaliador Científico da Revista e Professor Associado da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG.

Experiências valorizadas
A ex-conselheira Prof.ª M.ª Ana Cristina Fermino Deschamps, Universidade Positivo; os funcionários do Crea, eng. agr. Eduardo Ramires e eng. eletric. Rolf Gustavo Meyer; e o editor científico Prof. Dr. Luiz Russo Neto, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, formam o Comitê Editorial da revista, cujo projeto tem como gestor o gerente de Relações Institucionais do Crea-PR, Claudemir Prattes. “Popularizar o conhecimento técnico-científico é o principal objetivo do nosso veículo, construído a muitas mãos e contando com a expertise de mestres e doutores em suas áreas, que contribuem com o aprimoramento profissional de todos ao compartilhar seu conhecimento na forma de artigos inéditos”, sintetiza.

Prattes explica que os artigos – necessariamente inéditos e tendo como autor pelo menos um profissional, de qualquer região do país, com registro no Sistema Confea/Crea e Mútua – são publicados após receberem duas avaliações positivas. Ele informa que há parcerias como as promovidas com o Simpósio Paranaense de Patologias nas Construções e com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que tem seus trabalhos premiados publicados em edições especiais, anualmente. “No simpósio de 2017, esta edição chegou a mais de 25 mil acessos. A referência internacional dos artigos com ISSN é outra motivação para os pesquisadores”, aponta, citando ainda a parceria também exitosa com o Congresso Técnico-Científico da Engenharia e da Agronomia - Contecc, durante a Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) de Foz do Iguaçu, em 2016.
 
“A academia participa com os Trabalhos de Conclusão de Curso dos alunos. Mas sempre procuramos ter em foco que a revista melhore a experiência do dia-a-dia. A literatura técnica tem livros estáticos. No Brasil, o grande problema é que não há a oportunidade para o novo surgir. Essa revista tem esse impacto de trabalhar o antigo e o novo. Estamos no momento da pandemia. Quanta gente boa que tem conhecimento, experiência, que pode nos ajudar nessa hora? Temos que escrever mais experiências práticas de vida, e a revista dá essa oportunidade de o profissional mais sênior se encontrar com o jovem acadêmico”, pondera o professor Marco Antonio Finocchio.
 

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea