Brasília, terça-feira, 21 de maio de 2002. Resíduos, ou seja, o lixo resultado do processo de produção da energia nuclear é a grande preocupação da sociedade e de ambientalistas com relação ao uso deste tipo de energia. Existem três tipos de resíduo: o de alta atividade - que tem vida de 35 mil anos e é basicamente o combustível usado para a queima do urânio - o de média e o de baixa, que são luvas, equipamentos e todo o material usado no processo que pode ter recebido algum nível de radioatividade. Essas informações foram fornecidas durante o Fórum Temático "A Importância da Energia Nuclear e seu Futuro no Brasil", realizado dia 16 de maio no Rio de Janeiro.A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, situada na praia da Itaorna, em Angra dos Reis (RJ), que comporta as usinas Angra 1, 2 e 3 (em construção) guarda os resíduos de alta densidade em piscina própria para este fim, localizada no Prédio do Combustível, com acesso controlado, blindagem apropriada, sistema de ventilação especial, "enfim cercados de todos os requisitos de segurança exigidos", garante o presidente da Eletronuclear, eng. eletricista Flávio Decat de Moura.Os rejeitos líquidos e sólidos de baixa e média densidade são processados e guardados em tambores testados e qualificados segundo as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM). Estes tambores, depois de lacrados e identificados, são armazenados no Depósito Provisório de Rejeitos localizado próximo a usina, onde são observados e monitorados o tempo todo. De acordo com Flávio Decat a capacidade de radiação desses resíduos vai caindo com tempo. Angra 1 já gerou 200 tambores de resíduos e Angra 2, nove. Com relação ao destino final dos resíduos de alta densidade, isto é, os elementos combustíveis irradiados, Decat disse que cabe ao governo brasileiro essa definição."As usinas foram planejadas dentro dos mais rigorosos critérios de segurança adotados internacionalmente. Seguem rigidamente a legislação ambiental vigente no país e são periodicamente avaliadas por organismos internacionais como a AIEA, a Wano e o INPO", esclarece Decat.Urânio - a base da produção da energia nuclear é o urânio. No Brasil já foram identificadas e definidas 300 mil toneladas em regiões como o sul da Bahia, estados do Ceará, Pará e outros que colocaram o país como a 6ª reserva de urânio do mundo, apenas com 30% do território explorado. "Estamos retomando o trabalho de prospecção e a idéia é exportar", informa Ronaldo Araújo da Silva, diretor industrial das Indústrias Nucelares do Brasil (INB). Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS
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