Protocolo de Kyoto em debate no Crea de Minas Gerais

Brasília, quinta-feira, 18 de agosto de 2005

O protocolo de Kyoto, assinado em 1997 no Japão, segundo o qual os países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990, até o período entre 2008 e 2012, está sendo discutido em seminário nacional que teve início na noite do último dia 16 e se encerra hoje pela amanhã, na sede do Crea de Minas Gerais.

A solenidade de abertura do evento contou com a participação de várias autoridades dos governos de Belo Horizonte e de Minas Gerais, dos poderes legislativos do município e do Estado, além de profissionais do conselho mineiro, pesquisadores, especialistas, estudantes, representante do Ibama, presidentes de Creas, de entidades nacionais e regionais e do presidente do Confea, eng. civil Wilson Lang.

Cento e quarenta e um países já se comprometeram a reduzir suas emissões de gases, mas um dos maiores poluidores, os Estados Unidos da América (EUA) disse “não” ao acordo. Este fato foi muito destacado pelos palestrantes, em especial, pelo presidente do Confea.

Lang lembrou que: “não basta o Brasil e mais alguns países respeitarem as legislações ambientais internacionais, se o maior responsável pela emissão de gases não se compromete”. E acrescentou: “Nós brasileiros temos um passado limpo. Não temos história imperialista, nosso desenvolvimento não é feito às custas da matança de povos”.

Na opinião de Lang, o seminário deve contribuir para a formação de uma consciência ambiental. Ele propôs a criação de um tribunal ético internacional para julgar crimes ambientais. Ressaltou que a questão ambiental passa pela decisão de quem vai dominar a terra nos próximos tempos. “Tratar de meio ambiente é tratar de vetores de diferenciação competitiva mundial”, alertou.

A opinião do eng. civil Marcos Túlio de Melo, presidente do Crea-MG e anfitrião do evento, ecoa a do presidente do Confea. Para ele, a temática em questão é importante para o processo de preservação, mas também e principalmente para o desenvolvimento do país. Ele acredita que o seminário deve abrir perspectivas para a contratação de seqüestro de carbono.

Marcos Túlio destacou o papel das questões ambientais no processo de construção de modelos sustentáveis de desenvolvimento e da importância da participação das empresas brasileiras em projetos voltados para a sustentabilidade, inclusive em parceria com organismos internacionais.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, representante do governador de Minas, Aécio Neves, parabenizou o Crea por ter levado para aquele Estado evento nacional tão importante. Ele destacou que um dos pontos mais sensíveis do protocolo de Kyoto é o desenvolvimento limpo, idéia longamente debatida no Brasil e incorporada ao protocolo. Carlos Carvalho ressaltou ainda a necessidade de inserir a questão da siderurgia, hoje ausente no protocolo.

Palestra de abertura – O diretor-geral do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Itamaraty, Éverton Vargas, proferiu a palestra de abertura do evento. Ele falou sobre “Aquecimento global e o protocolo de Kyoto”.

Confira o texto da palestra na íntegra: arquivo para download!

Bety Rita Ramos
Da Equipe da ACOM