Brasília, quinta-feira, 2 de maio de 2002. "O Papel dos Sistemas Estaduais de Geologia e Mineração", abriu os trabalhos do Fórum Nacional de Política e Geologia, Recursos Minerais e meio Ambiente, na manhã da sexta-feira, 3. Como expositores participaram: Ruy Fernandes Lima, presidente da CBPM (Cia. Baiana de Pesquisa e Mineração); José Alcides Ferreira, presidente da CRM (Cia. Riograndense de Mineração); Marcelo Nassif, diretor da Copmig (Cia. Mineradora de Minas Gerais). Os trabalhos foram coordenados por Ernesto da Silva, coordenador nacional das Câmaras Especializadas de Geologia e Engenharia do Sistema Confea/Crea, além de vice-presidente da Febrageo.Fernandes fez sua exposição baseado no Sistema existente na Bahia, criado em 1972 e hoje ligado à Secretaria de Comércio, Indústrias e Mineração. "Nossa companhia visa o aprimoramento do conhecimento geológico, incentivo e realização de trabalhos científicos, na maioria das vezes em convênio com a UFBA, incluindo o mapeamento geológico em parceria com a CPRM (Cia. De Pesquisas e Recursos Minerais), além de prospecção de lavra", explicou, destacando que no estágio atual, a Cia baiana procura sintonizar-se com a nova concepção do papel do estado no setor mineral.Em função da questão ambiental, o presidente da CBPM anunciou que até o final deste ano a companhia terá uma gerência de meio ambiente para tratar dos graves problemas verificados em parques como a Chapada de Diamantina.CRM - Diferentemente de outros sistemas estaduais criados para dar suporte às ações do governo federal, a CRM já nasceu explorando e não só pesquisando, e até hoje continua a mineração de carvão, afirmou José Alcides Ferreira, anunciando um faturamento de R$ 42 milhões em 2001, fruto da venda de 1.700 mil toneladas, principalmente para termelétricas.Os cerca de 400 funcionários compõem o quadro da CRM cuja diretoria trabalha há dois anos sobre três eixos: recuperação da empresa que quase foi privatizada, continuar destinando 30% da receita líquida para o pagamento de dívidas e diversificar a exploração, alcançando outros tipo de minérios como o ouro e a argila, associados ao carvão mineral.Nassif, à frente da Comig, ligada à Secretaria de Minas e Energia, afirmou que o desafio é fazer com Minas Gerais seja reconhecido como o Estado minerador do País e que para a definição de uma política pública para o setor é necessária a mobilização de diversos órgãos e entidades profissionais.Segundo ele, 80% das metas de atrair investimentos, atender a área social e tratar das questões ambientais, foram alcançados através do incremento na administração, gestão de negócios voltados para o turismo e análise de geologia e mineração, enfocando o meio ambiente e a águas minerais.Nassif fez questão de destacar as linhas de ação da empresa como, por exemplo, na informação geológica voltada para um mapeamento para um mapeamento detalhado que recebeu verbas de R$ 15 milhões este ano, levantamento aerogeofísico de Minas Gerias "também um atrativo para investimento", e o cuidado com a Memória através do Museu itinerante que leva informação a todos os cantos de Belo Horizonte. O Projeto das Ardósias classificado por Nassif como mineração social, "é de lá que saem 80% das pedras para o país" e a exploração mineral complementa as atividades da empresa.Comentários - Para Luís Fernando Magalhães, da Agência Goiana de Desenvolvimento Industrial e Mineral (AGIM) fórum é mais que oportuno porque "estamos discutindo sobre instrumentos que viabilizarão as políticas públicas para o setor".Magalhães disse que a AGIM trabalha com geração de informações, aproveitamento de negócios, criação de emprego e ainda suporte a sustentabilidade, além de desenvolver uma nova dinâmica no relacionamento com as comunidades onde existe extração mineral, atenta ao setor como um todo, um conjunto de vários segmentos ".Agamenon Dantas, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do estado de São Paulo, afirmou que "com o setor em desaquecimento, as empresas lutam pela sobrevivência atualmente. Falamos os sistemas estaduais que na verdade, não existem, não funcionam, com raríssimas exceções".As razões disso, segundo ele, é a falta de adaptação das empresas estaduais ao novo cenário do setor no País. "Com a saída do Estado, viram-se diante da escassez de investimentos que força a busca de parcerias nem sempre encontradas". Os recursos financeiros são fundamentais para as atividades de pesquisa, prospecção e lavra, além de tecnologia.Dantas afirmou que os programas direcionados ao setor sempre surgiram ao sabor das ondas, dependendo da simpatia dos governos, o que leva à pulverização das ações e sobreposição de atribuições. Durante a realização de debate que seguiu as exposições, os participantes do fórum refletiram sobre o desafio de encontrar a definição do papel do estado com relação aos recursos minerais. Maria Helena de Carvalho - Da equipe da ACS
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