Palmeira comum será utilizada como energia alternativa em Roraima

Brasília, 12 de janeiro de 2007

A Serra da Prata, no município de Mucajaí (RR), será sede de uma usina de biocombustível que produzirá energia elétrica a partir da palmeira de inajá. A planta, de origem amazônica, produz um óleo que será utilizado como matéria-prima para geração de energia e renda. As operações devem começar em março de 2007.

A iniciativa faz parte de projeto do IME (Instituto de Engenharia Militar), que desenvolve tecnologias para levar energia a comunidades isoladas. O programa conta com a parceria da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

De acordo com o pesquisador da Embrapa Oscar Smiderle, a palmeira de inajá é considerada por muitos como uma planta invasora de pastagens, já que as sementes são deixadas por vários animais e são resistentes ao fogo. A palmeira é encontrada em grande quantidade no Estado de Roraima.

“A instalação da usina será em uma área da Embrapa (campo experimental Serra da Prata). No local, existem inajás que se mantiveram por vários anos nas pastagens. De lá, será feita a primeira retirada para gerar o óleo. Isso vai reduzir as queimadas porque o agricultor tem a pastagem verde na superfície do solo e a planta se desenvolvendo. O inajá deixa de ser um problema para passar a ser um novo componente de produção”, disse o pesquisador.

Para o chefe-geral da Embrapa Roraima, Antônio Carlos Cordeiro, a construção da usina também pode contribuir para o incremento e a sustentabilidade da matriz energética brasileira. “Existem produtos que já têm tecnologia mais desenvolvida para a produção de biocombustíveis, como é o caso da cana-de-açúcar e do dendê. Mas existem outros que são novos e possuem potenciais para a produção. Isso contribui para aumentar o número de opções no futuro com relação à produção de biocombustível, explicou”.

A usina de irajá conta com dois módulos: um para extração de óleo e outra para refino. A produção inicial será de quatro mil litros de óleo refinado por mês, o que daria para sustentar cerca de 30 famílias. O excedente dessa energia poderá ser utilizado pela comunidade para geração de renda. “O objetivo é que eles tenham energia para irrigação, para mover motores, de forma que agreguem valor aos produtos”. concluiu.

Fonte: Jornal do Commercio