Debate sobre o EaD é destaque na reunião da CCEAGRO

Curitiba, 29 de novembro de 2018.

Encerrou ontem (28), na sede do Crea-PR, a Reunião Extraordinária da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia – CCEAGRO, encontro que reúne autoridades ligadas à Engenharia Agrônoma de todo o Brasil com o intuito de discutir temas como: atribuição profissional, qualidade do ensino à distância, fiscalização na agronomia, valorização profissional, entre outros.

"Crea-PR recepcionou reunião da CCEAGRO"


“Esse encontro traz muitos benefícios à classe. Eu e os diversos profissionais presentes tivemos a oportunidade de acompanhar três dias intensos de reunião, podendo assimilar as diferentes visões de todos os coordenadores de Câmaras Especializadas de Agronomia do Brasil”, comenta o vice-presidente do Crea-PR, Eng. Agr. Otávio Perin.

"Coordenador da CEA do Crea-PR, eng. agr. Almir Gnoatto (à direita)"


Para a diretora-secretária do Crea-PR, eng. agr. Márcia Laino, debates como este influenciam a agronomia como um todo, abrangendo todas as áreas, como a engenharia florestal, de pesca, e etc. “É um ganho que nós, diretores do Crea e Câmara de Agronomia, temos por estar participando deste tipo de encontro. Os assuntos abordados são atuais e de suma importância para nós, diretores, que temos que estar sempre atualizados e em contato com as áreas afins”, enfatiza a diretora do Crea-PR sobre a importância do encontro.

"Presidente do Crea-PR, eng. civ. Ricardo Rocha e o coordenador da CCEAGRO, eng. agr. Kleber Santos."


Durante os três dias de reunião (26, 27 e 28), o assunto mais debatido pelos coordenadores foi com relação à qualidade do ensino à distância na Agronomia, tema que vem de outras reuniões da CCEAGRO. Para o coordenador da Câmara Especializada de Agronomia do Crea-PR, eng. agr. Almir Gnoatto, a questão, que era de difícil consenso, vem chegando a um ponto em comum. “Após diversas reuniões em 2018, finalmente estamos terminando esta questão do EaD. A demora se deu pela dificuldade em definirmos mecanismos de avaliação quanto à qualidade dos cursos, algo que nos preocupa muito, pois queremos que o(a) profissional saia da faculdade com a garantia de que possa exercer sua profissão sem riscos a ele ou a sociedade”, relata Almir, que recebe apoio do coordenador da Coordenadoria das Câmaras Especializadas de Agronomia – CCEAGRO, Eng. Agr. Kleber Souza dos Santos (Crea-DF). “Estamos buscando um hibridismo na questão do EaD. A ferramenta à distância é fundamental, mas ela necessita de ajustes. Como um engenheiro agrônomo sem experiência de campo poderá realizar o diagnóstico fitopatológico de uma lavoura à distância? Ou fazer a avaliação do manejo do rebanho sem andar no meio das criações? E o essencial, como terá contato com o produtor rural? É complicado isso”, enfatiza o engenheiro Kleber.

 

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Segundo o chefe de Gabinete do Confea e presidente de Gestão Anterior do Crea-PR (2000 – 2005), eng. agr. Luiz Antônio Rossafa, essa questão do EaD já está sendo levada ao conhecimento dos órgãos responsáveis. “Isso é uma questão da sociedade Brasileira. Não podemos construir barreiras no que tange ao conhecimento, precisamos dessa liberdade, mas, a questão é que o EaD, às vezes, compromete certas atividades a serem empreendidas num mundo profissional de um egresso. O EaD não deixa de ser uma forma importante e necessária de se levar conhecimento, mas ele precisa de insumos para a construção de um perfil profissional que esteja de acordo com as necessidades da sociedade para garantir saúde, segurança e desenvolvimento. Realmente temos algumas preocupações, mas estamos em constante articulação com o Ministério da Educação e com o Conselho Nacional de Educação para tentar alinhar esses assuntos”, comenta o engenheiro.

Ao final da reunião, a Câmara propôs que um ofício fosse preparado pela CCEAGRO para ser entregue ao Confea. “A ideia é ir até o CNE e Ministério da Educação, com apoio do Confea, para levarmos nossas preocupações com relação à efetiva integração entre os sistemas profissional e de educacional. Queremos propor uma melhor regulação na questão da criação dos cursos, e também sobre a qualidade dos mesmos, pois quem deve fiscalizar as Instituições de Ensino Superior é o Ministério da Educação e o CNE. Desejamos que nossas preocupações sejam levadas a sério para que tenhamos condição de oferecer à sociedade profissionais de qualidade”, finaliza o coordenador Kleber sobre as ações a serem tomadas pela Coordenadoria.



Propostas
A reunião obteve, segundo o engenheiro, diversos encaminhamentos com relação às propostas feitas pelos coordenadores estaduais. “A discussão dos conteúdos obrigatoriamente presenciais para o EaD teve um bom encaminhamento, como já mencionado. Mas também outras questões, como o marco legal e técnico definido sobre a questão do georeferenciametno, a orientação sobre a fiscalização na aquicultura e pesca, e a política de assistência técnica e extensão rural foram temas que agregaram muito às discussões”, comenta Kleber.

Ascom Crea-PR