Dialogar com a sociedade e aproximar o conselho dos profissionais, metas de Ana Adalgisa à frente do Crea-RN

Brasília, 5 de março de 2018.

"Engenheira civil Ana Adalgisa, presidente do Crea-RN: importância política do Sistema"
Aproximar o Crea-RN da sociedade em geral e em particular dos cerca de 14 mil profissionais que o Conselho tem registrados são dois dos principais desafios que Ana Adalgisa Dias Paulino pretende enfrentar nestes três primeiros anos de seu mandato à frente do Crea do Rio Grande do Norte. “Para isso, o diálogo entre nós precisa ser intensificado”, defende Adalgisa, que também considera fundamental fortalecer a base política do Sistema Confea/Crea para que tenha voz e participação mais ativas junto ao Congresso Nacional e nas  discussões sobre questões importantes para o país.

 

Perfil

Engenheira Civil, mestre em Engenharia de Produção e Doutora em Ciências e Engenharia de Petróleo. Foi professora do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade Potiguar (UnP). Atualmente é diretora executiva do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (Sinduscon/RN) e participa de conselhos municipais e estaduais na área de Urbanismo e Meio Ambiente.  

 

Site do Confea: Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades, como serão tratados e quais resultados positivos irão gerar?

Ana Adalgisa - Primeiro vamos aproximar o Crea e a sociedade e intensificar o diálogo entre eles, participando de discussões que envolvam a sociedade. Por exemplo: a questão da revisão do Plano Diretor, a crise hídrica que aflige vários municípios, a defesa permanente da engenharia e a nossa participação no desenvolvimento do estado estão entre nossas metas. Isso é um grande desafio. Outro é fazer com que o nosso profissional olhe o Conselho como parceiro, como aquele que o defende e não como aquele que só cobra, esse acredito, é o maior desafio que vamos enfrentar. Quando defendo a sociedade, esta passa a ter uma nova visão do Conselho, e passa a vê-lo como parceiro, e isso vai agregar também o profissional contribuindo com o desenvolvimento econômico e social do Estado. Não tenho dúvida de que ele também terá orgulho de fazer parte desse Conselho.  Temos que estar presentes nos debates das grandes estruturas, dos projetos e na solução dos problemas e apresentar soluções.  Acredito que os profissionais terão uma visão diferenciada como um Conselho que o protege e protege a sociedade. 

Site do Confea: A senhora acredita que o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma readequação de seus procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como a gestão da senhora irá atuar neste sentido?

Ana Adalgisa - Com certeza. Nosso sistema principalmente em nível nacional precisa ter uma representatividade muito maior perante a sociedade, inclusive, politicamente.  Considero importante termos uma base política forte porque o Sistema tem que ter uma participação mais ativa nas discussões do país. A partir do momento que a gente tem uma discussão política ativa seremos respeitados. Não vemos o Sistema sendo representado em grandes redes de televisão, não vemos o presidente do Conselho Federal sendo entrevistado na Globo News, no Jornal Nacional, discutindo a engenharia nacionalmente. Então, está mais do que na hora de que o Conselho se posicione e se mostre para a sociedade em nível nacional. Ou o Conselho faz essa mudança ou vamos continuar nesse estado letárgico em que nos encontramos hoje.  

Site do Confea: Acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?

Ana Adalgisa - Olha a integração regional é fundamental para que unidos possamos ser mais fortes. As boas ações de estados vizinhos, como as da Paraíba por exemplo, podem ser copiadas e implantadas aqui no Rio Grande do Norte. Ou no Ceará. Por que não dentro dos fóruns de debates regionais a gente não trocar experiências que venham nos fortalecer?! Debatendo em fórum, negociando em bloco...Tenho certeza de que a integração do sistema regional e nacional só tem a fortalecer tanto o Crea como o Conselho Federal. Sem esquecer o profissional. Ele também vai ganhar com esse fortalecimento. Quando algumas demandas são regionais – no Nordeste, por exemplo – profissionais que tenham atuação e bons projetos na área de hídrica no interior da Bahia, por exemplo, podem muito bem ser adequadas para o Rio Grande do Norte.

Site do Confea: Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual a opinião da senhora sobre essa viabilidade?  

Ana Adalgisa - Total viabilidade. Vou falar da agricultura. Hoje a agricultura é um grande canal de desenvolvimento econômico do país. Então por que não criarmos fórum com as nossas entidades ligadas ao meio rural, ao meio agrícola, para que a gente traga geração de emprego, informação, desenvolvimento? Outro foco: a linha da construção civil. Quando está crescente a construção civil, estão também crescentes o emprego e a riqueza. Acho que cabe ao Crea ser esse grande catalizador dessas categorias, dessas profissões, para que juntos possamos alavancar o desenvolvimento da tecnologia, com debates e desenvolvimento de soluções.  

Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea

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