Discussão sobre o Aquífero Guarani deve pautar o Preparatório de Camboriú

Brasília, 01 de setembro de 2017


 

 

 

 

 

 

 

A região Sul do Brasil concentra quase um terço do Aquífero Guarani, o segundo maior reservatório subterrâneo do mundo, e será na cidade de Balneário Camboriú (SC) que o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Cataria (Crea-SC) promoverão o Preparatório da Engenharia e Agronomia para o Fórum Mundial da Água, de 14 a 16 de setembro.


Segundo pesquisa recente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a maior parte das reservas do Aquífero Guarani, que se encontra sob boa parte dos territórios do Sudeste e do Sul do Brasil, além de outros países, é formada por água salobra. A exceção fica para o estado de Santa Catarina, onde 90% do aquífero é formado por água doce, com potencial para uso no abastecimento público, na indústria e na agricultura. Essa informação aumenta ainda mais a importância e a responsabilidade desse debate na região.

"Conselheiro Federal Evandro Martins"
Confira a entrevista com o agrônomo e conselheiro federal, Evandro José Martins, que representa Santa Catarina no Plenário do Confea.



Site do Confea: Quais discussões o senhor espera que sejam pautadas no evento, considerando inclusive as demandas locais por água?
Devem ser pautadas as discussões que mais preocupam a sociedade, como utilização das nossas reservas na agricultura, indústria e abastecimento da população. Temos de acrescentar a isso o saneamento e tratamento da água para reúso ou recarga dos mananciais.

Site do Confea: Sendo conselheiro federal pelo estado de Santa Catarina, qual a importância de recepcionar esse evento na Região Sul, onde se concentra quase um terço do Aquífero Guarani, o segundo maior reservatório subterrâneo do mundo?
 
Acredito que o tema “Aquífero Guarani” será um dos principais temas a ser discutido no evento. É um dos maiores mananciais de água doce do mundo. Localizado na América do Sul, ele ocupa parte dos territórios da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai. A área do Aquífero é de 1,2 milhão de km² e ele está presente em 47 municípios de Santa Catarina.
O maior reservatório hídrico subterrâneo da América do Sul não é um mar de água doce. Muito pelo contrário. A maior parte das reservas do Aquífero Guarani, que se encontra sob boa parte dos territórios do Sudeste e do Sul do Brasil, além de outros países, é formada por água salobra. A exceção fica para o estado de Santa Catarina, onde 90% do aquífero é formado por água doce, com potencial para uso no abastecimento público, na indústria e na agricultura, conforme revela uma pesquisa recente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Site do Confea: Como representante da Agronomia, quais as contribuições e experiências o senhor acredita que os demais profissionais desse segmento poderão oferecer para as questões relacionadas aos recursos hídricos no Brasil?

Sem dúvida nenhuma o setor produtivo agropecuário tem muito a discutir e contribuir para o uso sustentável dos nossos recursos hídricos.
O maior consumo continuará sendo do setor da irrigação, com 45% do total consumido. Em geral, toda a Santa Catarina apresenta um cenário crescente de demanda pela água para a maioria dos setores usuários e, por isso, evidencia-se ainda mais a necessidade de criação de políticas públicas de preservação.
A agronomia está buscando discutir e envolver os profissionais do setor. Para tanto, tem como tema central para o XXX CBA - Congresso Brasileiro de Agronomia: “Segurança Hídrica: um desafio para os Engenheiros Agrônomos do Brasil”, a realizar-se de 12 a 15 de setembro em fortaleza.
 
Site do Confea:
Na sua avaliação, qual a relevância dos eventos preparatórios para a participação do Confea no Fórum Mundial da Água, que será em março de 2018, em Brasília?
 
É fundamental a realização de encontros preparatórios para que se tenha um apanhado geral de todas as regiões do Brasil, com suas realidades e dificuldades. Desta forma poderemos chegar ao Fórum Mundial da Água com ótimas condições de contribuir para a construção de políticas públicas adequadas à realidade brasileira e mundial.

Fernanda Pimentel
Equipe de Comunicação do Confea