Belém, 9 de agosto de 2017.
Segundo Homma, historicamente o cacau do Pará perdeu terreno para o da Bahia; a borracha idem, para os paulistas; bem como a juta, para o mercado asiático. “A Amazônia cansou de perder oportunidades”.
A filosofia extrativista, que teve seu auge por volta de 1988, não é a solução, segundo o pesquisador. “O extrativismo só é bom quando a demanda é pequena” – afirmou o palestrante, destacando áreas potenciais de produção, como minerais, energia, soja, dendê, abacaxi e pimenta. “Temos a maior reserva de água doce do mundo. O Confea e os Creas da região precisam discutir mais profundamente esta situação principalmente para o Brasil, apresentando soluções cabíveis para cada estado” – ressaltou Homma.
Segundo Homma, as soluções apontadas por fontes oficiais não atendem aos interesses da região. “A responsabilidade pelo reflorestamento não deve recair totalmente na Amazônia. Nós temos outras prioridades e associar o tecnicismo à biodiversidade é a principal”. Precisamos tecnificar os meios de produção de 600 mil pequenos agricultores” – sugeriu Homma.
O açaí, o guaraná, o pau rosa e a castanha-do-pará são produtos cuja produção pode ser otimizada. “Se no passado tivemos as revoluções que vieram com a Petrobras, a Embraer e a Embrapa, por exemplo, precisamos de uma nova revolução que alie estrutura à biodiversidade” – finalizou o palestrante. “O homem não precisa voltar para a floresta. Basta recuperar o que foi destruído à sua volta”.
Guilherme Monteiro
Equipe de Comunicação do Confea/Crea e Mútua