Produção de alimentos no País depende da gestão sustentável dos recursos hídricos

Manaus, 9 de maio de 2017.

"O uso da água para a produção de alimentos será um dos temas abordados no Preparatório de Manaus"
Muito utilizada como fonte de energia elétrica, a água também é um recurso essencial para a agricultura e a indústria de alimentos no mundo todo. Apesar de possuir três bacias hidrográficas que contêm o maior volume de água doce do mundo, o Brasil ainda não apresenta diretrizes consolidadas para a gestão integrada de seus recursos hídricos. A observação é do professor e pesquisador do Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos da Fundação Universidade do Tocantins (UNITINS), José Luiz Cabral.

De acordo com ele, a realidade do país é marcada pela falta de investimentos públicos na área e, embora a Agência Nacional de Águas possua uma vasta rede de monitoramento hidrometeorológica, ainda é preciso aumentar a escala e o adensamento deste acompanhamento, a fim de conhecer o real potencial das bacias brasileiras e evitar desperdícios. “Não existe gestão em recursos hídricos, se não houver monitoramento”, ressalta.

De acordo com ele, para produzir um 1kg de carne bovina precisa-se, em média, de 15.000 litros de água; para um 1 kg de frango, em média, 4.000 litros. “Temos água em tudo: na produção do vegetal, animal e do sintético”, destaca. Neste sentido, o pesquisador aponta que pequenas parcerias com o setor privado têm oferecido perspectivas para capitanear os recursos necessários para gerir a utilização da água em algumas regiões, mas que é preciso fortalecer a atuação dos Comitês de Bacias Hidrográficas, que são os órgãos responsáveis pelo gerenciamento integrado dos usos e da conservação da água.

Nesse cenário, o professor indica que o País possui muitas oportunidades para o desenvolvimento de energias limpas, mas faz um alerta: “Somos um dos maiores produtores de grãos do mundo, temos recursos naturais intocáveis e uma enorme riqueza na biodiverdade, mas é preciso melhorar o tratamento dos efluentes e resíduos que retornam aos mananciais, além de implantar sistemas mais rigorosos para se evitar grandes perdas”.

O tema será abordado durante a palestra “Água na produção de alimentos e a gestão compartilhada dos recursos hídricos: desafios e oportunidades”, durante o Evento Preparatório para o Fórum Mundial da Água, a ser realizado de 10 a 12 de maio em Manaus (Tropical Hotel). Promovido pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) em parceria com o Conselho Regional (Crea-AM), a finalidade do Preparatório é reunir contribuições da região Norte do País para o maior evento global sobre a água, a ser realizado pela primeira vez no Brasil, em 2018.

O Preparatório para o Fórum Mundial das Águas, de Manaus, conta com  patrocínio da Manaus Ambiental, Moto Honda, Direcional Engenharia e apoio institucional do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM)/Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM), Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Amazônia Cabo e Amazon Sat. Também com a participação de entidades de classe: Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Amazonas (AEAA), Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Amazonas (AEAEA), Associação dos Engenheiros de Pesca do Estado do Amazonas (AEP-AM), Associação Profissional dos Engenheiros Florestais do Estado do Amazonas (APEFEA-AM), Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia dos Amazonas (IBAPE/AM), Sindicato dos Engenheiros no Estado do Amazonas (Senge-AM) e Associação Brasileira do Engenheiros Eletricistas do Amazonas (ABEE-AM).

Sobre o 8° Fórum Mundial das Águas

Criado em 1996, pelo Conselho Mundial da Água, o Fórum Mundial das Águas tornou-se um ambiente de discussão em nível mundial por meio do qual são estabelecidos compromissos políticos e incentivadas ações em todos os setores da sociedade.

A edição 2018 do evento possui como tema central “Compartilhando água” e deverá reunir em torno de 30 mil representantes de mais de 100 países. O Fórum será estruturado em quatro processos: temático, discussões técnicas sobre o tema água em diversas vertentes; político, permitindo debate entre autoridades governamentais e parlamentares; regional, voltado a discussões das perspectivas sobre água nos diferentes continentes do mundo; e por fim, o grupo focal de sustentabilidade.  O evento global contará ainda com o Fórum Cidadão, que incentivará a participação popular nos debates.

Assessoria de Comunicação do Crea-AM