Presidente da ANA fala sobre recursos hídricos durante sessão plenária

Brasília, 21 de setembro de 2016.

Parceiro do governo para a realização do 8º Fórum Mundial da Água em 2018, em Brasília (DF), o Confea recebeu, nesta manhã (21),  Vicente Andreu Guillo, diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), que falou sobre a expectativa de que “com este evento, as questões hídricas ocupem um patamar de maior destaque na agenda política do país”.

Para alcançar esse objetivo, Guillo anunciou que do fórum devem participar – além de governadores, ministros, cientistas, técnicos e pesquisadores –, também os prefeitos, já que “muitos dos planos diretores dos municípios e de saneamento, por exemplo, não consideram as bacias hidrográficas desta ou daquela região. Não é possível dissociar o uso do solo da oferta de água”, defendeu. Como 2018 será um ano eleitoral, o presidente da ANA avisou que os candidatos a governadores e presidente da República serão convidados a mostrar seus planos de trabalho com relação aos recursos hídricos. Para ele, ainda, “a água é uma agenda de poucos, uma agenda de ocasião”.

Devendo reunir em torno de quatro a cinco mil participantes de diversos países, o fórum terá dois temas centrais: o compartilhamento de águas com outros países, uma realidade vivida pelo Brasil, Bolívia e Paraguai, e que deverá servir de referência para nações que enfrentam conflitos em função da disputa por água, e a associação das discussões sobre o clima com o uso da água, fato até agora não tratado nas edições anteriores. 

“Trazer a atenção do mundo para isso e propor mecanismos ainda não identificados será de grande importância”.

Ao falar sobre os índices “preocupantes” que historicamente vêm sendo registrados no país, o presidente da ANA, lembrando que o Ceará é o único estado brasileiro que determinou a agenda da água como fundamental e permanente e mesmo assim enfrenta problemas de oferta e demanda, defendeu que o fórum seja um ponto de inflexão sobre a água e a mobilização de organizações e instituições para participar do evento.

Guillo informou que o Sistema Cantareira – que atende São Paulo e grande região – tem hoje 50% do volume positivo sem considerar o volume morto, mas que a vazão é maior que a entrada do volume d’água. ”Temos que retomar um padrão de consumo por questões econômicas”, aconselhou.

Ao falar da sequência histórica que revela índices pluviométricos cada vez mais diferenciados, Guillo exemplificou que “se em março, a cidade de Rio Branco, capital do Acre, enfrentou a maior cheia dos últimos 30 anos, em julho enfrentou a maior seca também dos últimos 30 anos”, e citou o Distrito Federal, que vem sofrendo restrições de abastecimento, fato até então inédito.

Vicente Andreu Guillo é Diretor-Presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) desde 2010 e membro titular do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). Foi Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (SRHU/MMA) de 2008 a 2010 e Secretário Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da Prefeitura de Campinas (2007 e 2008). Presidiu a Usina Termelétrica Nova Piratininga Ltda (2005-2007) e a Sociedade de Abastecimento de Campinas - Sanasa (2001-2003). Foi Diretor da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Paulista) de 1995 a 1997.  Vicente Andreu é formado em Estatística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Informes abrem os trabalhos 

Paulo Roberto Guimarães, presidente da Mútua, Caixa de Assistência, iniciou a habitual apresentação de relatório de atividades, abrindo os trabalhos da sessão plenária 1433. Registrando que completa um ano de gestão, ele fez o habitual relato de atividades do último mês. Guimarães fez também um breve balanço, positivo, das atividades do último ano. Mais informações no site www.mutua.com.br.

Na sequência, o presidente do Confea, José Tadeu da Silva, apresentou seus informes, seguido pelos coordenadores das comissões permanentes do Confea: CEEP, CCSS, CM, Cais, Ceap, Conp e CEF, além de Edgar Bacelar, secretário-executivo do 9º CNP.

Questionamento e posição antecipada

Antônio Carlos Albério, vice-presidente do Confea, aproveitou os informes da CEF para questionar sobre o processo eleitoral do Sistema Confea/Crea, programado para o ano que vem. Em função de um levantamento feito pela Comissão Eleitoral junto aos Creas e que revela que o processo não será uniforme, uma vez que alguns regionais terão votação via internet, outros por urna eletrônica e outros ainda com a tradicional cédula de papel, Albério chamou a atenção para a necessidade de se aplicar as regras definidas na Resolução 1021. Caso isso não ocorra, ele já adiantou que se sentirá desobrigado a homologar o resultado final do próximo pleito.

Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea