Incansável profissional da Engenharia Agronômica e do ensino, aos 75 anos Mario Hamilton Vilela continua dando sua contribuição técnica em prol do aprimoramento das atividades agrárias, do ensino agrícola e do desenvolvimento do Brasil.
Natural de Uruguaiana (RS), Mario nasceu em 22 de dezembro de 1939 e cresceu em uma família de produtores rurais da região fronteiriça com Argentina e Uruguai. Muito cedo foi motivado a estudar a produção agropecuária. Por isso, em 1959 seguiu para Pelotas (RS) para cursar Engenharia Agronômica. Aos 24 anos estava formado e ao voltar para sua cidade natal foi convidado, por um ex-professor dos tempos do colegial, a ministrar aulas de ciências físicas e biológicas no Colégio Estadual Dom Hermeto, onde começou a longa e bem-sucedida carreira de docente.
A prática da Agronomia também teve início logo após a graduação, em 1964, quando Mario começou a trabalhar como engenheiro agrônomo na Prefeitura Municipal de Uruguaiana. Na mesma época, atuava como avaliador oficial de lavouras e fazendas do Banco do Brasil.
Assim, Mario Hamilton traçou sua vida profissional, unindo as atividades de magistério e agropecuária, e desenvolvendo atividades voltadas para manejo e conservação de pastagens; melhoramento de plantas forrageiras e produção de sementes; avaliação, produção e conservação de forragens; fisiologia de plantas forrageiras; toxicologia e plantas tóxicas.
A carreira de professor teve destaque na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde trabalhou por 46 anos ininterruptos e ocupou, paralelamente, diversos cargos na administração superior da universidade.
O perfil de educador e multiplicador de informações da área de Agronomia pode ser comprovado em números. Mario já produziu 902 artigos técnicos, além de ter apresentado 197 trabalhos em congressos nacionais e internacionais.
Entusiasta da divulgação científica, ele se dedica à difusão de estudos em veículos de comunicação. É articulista em diversos jornais impressos e semanalmente faz comentário técnico sobre educação e agropecuária na Rádio Charrua de Uruguaiana (RS), uma atividade que mantém há mais de 30 anos. Entre os temas abordados pelo engenheiro agrônomo, estão o cenário rural brasileiro, crise no campo, terras produtivas e movimentos sociais, desafios da educação agrícola, novas reflexões sobre a reforma agrária, desenvolvimento rural sustentável e valorização dos profissionais de ciências agrárias.
Em sua produção bibliográfica, Mario registra quatro livros técnicos, destacando-se a obra Análise Crítica da Agricultura, publicada em 1998 pela editora da PUCRS, com um total de 184 páginas e apresentação do professor doutor Mozart Pereira Soares, ex-diretor da Faculdade de Agronomia e Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ex-presidente da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (Abeas). “Entre as obras que escrevi, este livro foi o que mais teve repercussão nacional”, comenta o autor.
A história desse engenheiro agrônomo foi registrada ainda no Sistema Confea/Crea e Mútua, onde atuou no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS), ocupando diversos cargos, inclusive o de presidente em exercício e primeiro vice-presidente por duas gestões consecutivas. Foi conselheiro e coordenador da Câmara de Agronomia. “Militei por mais de 40 anos no Sistema Confea/Crea defendendo a valorização das profissões, e tendo como mote central de minha atuação a importância do agronegócio e da pecuária para a sustentação deste país gigante, inclusive em períodos de crise econômica”, diz. Hoje é membro da Comissão de Agronomia da Inspetoria de Porto Alegre do Crea-RS. “Tenho procurado levar minha experiência para os debates e orientar os mais jovens que iniciam carreira no Conselho Profissional”, completa.
Defensor das boas práticas da docência, Mario esteve à frente da Associação Brasileira de Ensino Agrícola Superior (Abeas), entidade ligada ao Sistema Confea/Crea e Mútua. Sua trajetória marcante na presidência entre 1981 e 1983 resultou em reeleição. A partir da atuação na Abeas, Mario chegou à vice-presidência da Associação Latino-Americana de Educação Agrícola Superior (Aleas), a qual dirigiu por dois mandatos na década de 1980.
Por toda sua devoção ao ofício, Mario já foi homenageado por mais de 30 instituições com medalhas e diplomas. “Todos são prêmios que me gratificam e honram muito. É um coroamento profissional”, avalia.
Hoje, mesmo aposentado, Mario mantém a agenda com intensas atividades. “Continuo porque tenho a cabeça de um jovem idealista que sempre está pensando na frente, que gosta de desbravar campos novos.” A cada quinze dias ele ministra aulas em sete cursos de pós-graduação da PUCRS. “É uma maravilha estar em contado com novéis profissionais da Engenharia”, comenta com entusiasmo ao falar da oportunidade que tem de estar próximo dos jovens profissionais. Na outra parte do mês, são as tarefas na fazenda herdada do pai que preenchem os dias desse experiente engenheiro agrônomo e produtor rural. “Estar ‘embarrado’ no campo e nas lavouras usando botas e ao lado do trator. Essa é, hoje, uma boa parte de minha vida.”
Equipe de Comunicação do Confea