Força-tarefa do Crea-BA no Oeste se estende até dia 26

Salvador, 24 de março de 2015.

"Equipe FT Oeste"

Reunindo fiscais de todo o Estado, a força-tarefa do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) continua as ações no Oeste até o próximo dia 26 de março. Estão sendo visitados os municípios da região de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, na chamada nova fronteira agrícola, onde estão concentrados empreendimentos de cultivo de soja, milho e algodão. São oito equipes, formadas por 17 fiscais, que têm o objetivo de fiscalizar o exercício profissional nas fazendas e sedes das cidades.

Segundo o supervisor de Fiscalização, Uvirley Borges, ao constatar irregularidades, os fiscais estão aplicando notificações preventivas, com prazo para a apresentação dos documentos legais. “São áreas de difícil acesso, muitas das quais não tínhamos ainda visitado. Nosso objetivo não é multar e sim divulgar as ações do Crea-BA e verificar a presença dos profissionais engenheiros, agrônomos, técnicos e tecnólogos nas atividades correlatas”. Essa é a segunda Força Tarefa realizada esse ano. A primeira foi desenvolvida no início do mês, na região de Guanambi e Santa Maria da Vitória, resultando em 804 visitas.

Na região, as equipes visitam também os municípios de Formosa do Rio Preto, Riachão das Neves, São Desidério e as regiões de Coacerol e Panambi, divisa com Tocantins e Piauí. Percorrendo estradas de barro e enfrentando muita lama, os fiscais vêm cumprindo a programação e chegando a todos os empreendimentos do perímetro traçado. Na região de Formosa do Rio Preto, por exemplo, a equipe formada por Daniel Alcântara (da inspetoria de Barreiras) e Geraldo Ferreira (Teixeira de Freitas) tiveram uma boa recepção nas fazendas visitadas. A área faz divisa com o Tocantins e, por dificuldade de acesso, foi a primeira vez que recebeu a visita dos fiscais do Conselho.

Daniel e Geraldo confirmaram a presença nos empreendimentos de técnicos de segurança e engenheiros agrônomos, sendo necessário apenas alertar, com notificações preventivas, para atividades como armazenamento de vasilhames de agrotóxicos e a emissão de ART’s (Anotações de Registro Técnico), obrigatórias em diversas atividades. A região conta com empreendimentos de porte na cultura da soja e o crescimento das lavouras é constante. Nas Fazendas Rosana e Atlântica, contaram com a recepção dos técnicos responsáveis.

Na Fazenda Atlântida o número de funcionários varia entre 40 a 110 pessoas, entre safra e entressafra, com o cultivo de soja e algodão em 3,7 mil hectares de terra no território baiano. Daniel e Geraldo alertaram para a necessidade de emissão de ART’s para a aplicação de agrotóxicos (principalmente aérea) e a prevenção de riscos ambientais. Na Fazenda Sete Campos foi hora de tirar dúvidas, principalmente com relação às estradas (na área conhecidas como Rodovia da Soja) e empreendimentos na região. O agrônomo Geraldo de Majella, profissional requisitado na região, foi bem receptivo e apresentou a documentação solicitada pelos fiscais, se comprometendo com a emissão de algumas ART’s.

Desafios


A maior dificuldade enfrentada pelas equipes é o deslocamento por estradas de barro, dentro de extensas áreas de plantação. O funcionamento da força- tarefa só está sendo possível graças ao investimento do Crea-BA na aquisição de caminhonetes com tração 4x4, capazes de chegar a locais com estradas bastante precárias com imensos trechos com as chamadas “costelas de vaca”, que provocam trepidação na direção, exigindo atenção constante dos fiscais que se revezam ao volante. Em alguns empreendimentos, da entrada da fazenda à sua sede, as equipes chegar a percorrer mais de 15 km.

O agrônomo Majella ajudou os fiscais a traçarem um mapa da divisão entre os Estados da Bahia e Tocantins, separados pela região conhecida como “Garganta”. No empreendimento, o pesquisador José Tadashi Yorinori, aposentado da Embrapa, realizava estudos sobre o cultivo da soja. Seu objetivo é a melhoria da qualidade dos grãos e ele alertou principalmente para a necessidade de obedecer ao “vazio sanitário”, evitando o plantio na entressafra, o que afastaria a possibilidade de desenvolvimento de doenças, como a ferrugem da soja.

Os fiscais do Crea-BA seguiram viagem ainda para as fazendas Novo Oeste, Concórdia e Palmeiras. Nesta última, de propriedade dos irmãos Ewald Harder e Hardi Harder, observaram a cultura do milho e soja. Hardi Harder, de descendência alemã e russa, contou que sua família chegou ao Brasil no final da década de 1920, fugindo da perseguição comunista aos cristãos-evangélicos, após a Revolução Comunista na antiga União Soviética, sendo que milhares de religiosos foram mortos pelo regime.

Se estabeleceram no Paraná, ajudando no progresso do Sul do País. “Chegamos à Bahia em 1997 e aproveitamos o bom clima da região para desenvolver nossas plantações. Nossos filhos são muito ligados à terra e acabamos nos estabelecendo na Bahia”. Sua igreja, Irmãos Menonita, realiza cultos para os fiéis, a maioria vindos do Sul do País, aos domingos.

 
Chico Araújo

Assessoria de Comunicação do Crea-BA