Faltam engenheiros no mercado da construção civil em Bauru, SP

1º de março de 2012.


A recessão que atingiu o setor da construção civil décadas atrás afastou tanto profissionais formados quanto estudantes interessados em se formar na área. Resultado: hoje há falta de engenheiros, e o mercado está em alta. Com o boom da construção civil, faltam engenheiros no mercado.

A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 são grandes responsáveis pelo crescimento na área. E no interior de São Paulo, o boom da construção civil não fica pra trás. Imóveis estão cada vez mais valorizados e quem atua na área também.

Faltam profissionais
Segundo Ricardo Ramos da Rocha, diretor da Assenag, no ano passado estima-se que se formaram 34 mil engenheiros somente. A necessidade que foi levantada é que, em 2011, o país precisaria de 100 mil engenheiros civis.

Na China, por exemplo, se formam 450 mil engenheiros por ano, na Índia 200 mil, na Coréia 80 mil engenheiros. Todos países em desenvolvimento, o mesmo caso do Brasil. A expectativa para 2012 é que se formem apenas 40 mil profissionais.

Valorização
O piso salarial para 6 horas trabalhadas por um engenheiro civil, hoje é de R$3.200. Para 8 horas trabalhadas, aproximadamente R$4.600 iniciais. Mas a disputa por profissionais é tamanha, que muitos estão recebendo propostas bem maiores.

Dados do Crea revelam que um terço dos profissionais formados hoje, registrados, não estão trabalhando na área. Talvez uma solução seja tentar resgatar esses profissionais, mas a solução imediata que está se tomando é tentar importar profissionais.

E a oportunidade está batendo na porta dos universitários. A maioria dos alunos sai empregado da faculdade, afirma Luttgardes de Oliveira Neto, sub-coordenador do curso de Engenharia Civil na Unesp em Bauru.

A engenharia civil forma profissionais para construção geral no Brasil e se divide em 5 áreas gerais: estrutura, geotecnia, que trabalha com fundações e solos, materiais de construção em geral, hidráulica e saneamento e transportes.

“As faculdades procuram se adaptar às novidades tecnológicas pra formar esses estudantes, e além disso, fornecer aos alunos alguns projetos de pesquisa para aprofundá-los em determinadas áreas nos seus estudos”, completa o Luttgardes.

Na prática
Lucas Sávio Fagundes, estudante de engenharia em Bauru afirma “tenho aproveitado as oportunidades dos professores com as iniciações científicas e futuramente mestrado”. Ele acredita que a pesquisa será um diferencial quando ele estiver no mercado de trabalho.

Murilo da Silva, engenheiro civil, é formado há 10 anos e começou a carreira dando consultoria de pavimentação. Hoje atua como fiscal na concessão de rodovias. Já recebeu propostas de várias empresas para mudar de emprego, mas decidiu fazer carreira onde trabalha.

E ele dá a dica: “a partir do inicio do curso, já procure fazer estágio, você tem mais condição de escolher a área que vai gostar de atuar. É importante também fazer um planejamento de carreira”, completa.


Fonte: Portal G1