Proposta de metrô de superfície é apresentada para engenheiros civis em Salvador

Salvador, 03 de junho de 2011.

A implantação de metrô de superfície ligando o Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães a Avenida Bonocô, interligando-se à linha do Metrô 1(hoje em fase de construção) foi apresentado aos conselheiros no primeiro dia de trabalho do encontro da Coordenação Nacional das Câmaras de Engenharia Civil, em 1º de junho, em Salvador. O modelo sugerido pelo consórcio da Invepar foi mostrado pelo engenheiro civil Eli Bensoussan Canetti.
Segundo o levantamento feito pela empresa, a Avenida Paralela tem hoje uma circulação diária de mais de 250 mil carros e 1.500 ônibus. A demanda diária de passageiros considerada pelo projeto é de 377.380 em 2010 e 711.919 em 2030. O potencial de atendimento do sistema da demanda diária é de cerca de 1,2 milhão de passageiros, que provocaria uma saturação das condições propostas somente em 2050.

Diante desse cenário, o projeto que integra as sete propostas apresentadas ao Governo da Bahia e prevê a criação de 1.500 empregos diretos durante a fase de operação e 5 mil indiretos, defende a implantação da Linha 2 do metrô em superfície, entre a Avenida Bonocô e o próprio Aeroporto, com a última estação localizada em Lauro de Freitas. O trecho teria 20,5km de extensão e seria interligado ao sistema metroviário existente (Linha 1) por meio da Estação Bonocô. Haveria então um sistema de operação conjunta em “Y”, utilizado com sucesso em várias cidades do mundo.

Urbanização – O projeto, orçado em 3 bilhões de reais, prevê a implantação e manutenção do tratamento urbanístico, incluindo paisagismo da via e a construção de ciclovias em toda a Avenida Paralela. Além disso, foi também destacado os aspectos ambientais como a redução da emissão de CO2. “Hoje a quantidade de carbono lançada na atmosfera equipara-se a que é absorvida por cerca de 4,8 milhões de árvores da Mata Atlântica a cada ano”, explica Canetti.

Custo para os passageiros – A proposta defende uma tarifa integrada, que compreenderá as linhas 1 e 2 do metrô e as alimentadoras metropolitanas de ônibus, num período de duas horas. O custo do bilhete é de R$ 3,55, preço inferior ao que é praticado pelo atual sistema de ônibus municipais que é de R$ 3,75. “As obras serão iniciadas em 2012 e a conclusão em 2014. Trata-se de uma concessão patrocinada com o ressarcimento de vencimentos em 25 anos”, adianta Eli Canetti.

Controle social - O presidente do Crea-BA, Jonas Dantas chamou a atenção para a integração dos modais e citou a importância da Copa e também dos benefícios sociais, culturais e físicos que podem ser deixados como legados. Destacou a falta de controle social nas discussões em torno da implantação do metrô de Salvador, alertando para o fortalecimento das bases sociais para que a população possa intervir e ajudar na decisão, pois até então era excluída do processo.

Lembrou que nada foi feito até agora em favor da mobilidade não motorizada e sugeriu implantação de ciclovias. “A população de Salvador tem um acréscimo anual de 70 mil pessoas, o que vai representar em 2030 cerca de um milhão. Metade da população estará concentrada na periferia, o desafio é garantir que a mobilidade chegue a essas pessoas. É importante se preocupar com a Copa e a repercussão para imagem da cidade, mas sem esquecer do desenvolvimento econômico, social e sustentável”.