GDF implode mais um prédio abandonado em Bsb

Brasília, 13 de fevereiro de 2007

O domingo 13 na capital federal foi marcado pela implosão do prédio construído para abrigar a loja de departamento Bi Ba Bô, localizado no Setor Comercial da Asa Sul, abandonado há 14 anos. Ele veio abaixo às 11 horas do dia 11 de fevereiro e em apenas três segundos, dez mil toneladas de concreto e aço distribuídos em cinco andares, em um total de 22 mil metros quadrados, vieram ao chão.

Os andares inferiores foram completamente destruídos, mas a laje não cedeu. Segundo o responsável pela operação, eng. Virgílio Mazza, da empresa CDI Implosões, o fato já era esperado em função da construção ser horizontal. Logo após a implosão, os engenheiros fizeram uma ronda nos prédios próximos e nenhum dano foi verificado.

Para medir a vibração durante a implosão, foram utilizados quatro sismográfos (aparelho que mede a intensidade dos tremores de terra), instalados nos  hotéis  Meliá e Naoum Plaza, no shopping Venâncio 2000, e no Centro Empresarial Brasília, prédios do Setor Comercial Sul. A vibração registrada no shopping, prédio mais próximo ao local da implosão, não ultrapassou 4,6 milímetros por segundo. O perigo de abalar a estrutura de edificações fica acima dos 15mm/s.

Crea-DF
A presidente do Crea-DF, eng. Civ. Lia Sá, lembra que se a questão da segurança é fundamental para o sucesso de uma operação como essa, outras medidas são igualmente necessárias, como habilitação profissional, registro no Crea e preenchimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). "São medidas que garantem segurança à sociedade, pois registram o nome do responsável pela operação e asseguram a qualidade do serviço", afirmou Lia Sá.

No lugar do prédio implodido, será construído o Centro Empresarial Parque da Cidade que terá três torres de 13 andares, espaço para salas comerciais e sete pavimentos no subsolo, que servirão de garagem com capacidade para cinco mil carros. O custo da nova construção e da implosão totaliza R$ 420 mil, valor a ser pago pela MB Engenharia, em troca do direito de explorar comercialmente as torres e o estacionamento.

O aço que resultou da implosão será vendido e o concreto reciclado por Organizações Não-Governamentais do Distrito Federal. Todo o entulho deverá ser retirado do local no máximo em 60 dias.

Esse foi o segundo edifício a ser implodido na Capital desde o começo do ano. O primeiro, com 12 andares e que seria um hotel de luxo, teve as obras suspensas há 17 anos por desrespeitar as regras de tombamento da cidade. Segundo o Código de Obras do Distrito Federal, as construções naquela região podem ter no máximo quatro andares. O ex-futuro hotel tinha 38 metros a mais do permitido.
 
Outros três prédios abandonados estão na lista do GDF: o esqueleto de um shopping que seria erguido no início do Lago Norte, bairro nobre da Capital; a carcaça de um hotel ao lado do Brasília Shopping, no início da Avenida W3 Norte, uma das mais movimentadas da cidade e, ainda, um prédio abandonado no Pistão Sul, na região administrativa de Taguatinga, cidade-satélite populosa e com economia 

Ana Karienina
Assessoria de comunicação do Crea-DF