Fundo de infra-estrutura começa com R$ 600 milhões

Brasília (DF), 10 de julho de 2006

Um fundo para obras de infra-estrutura foi lançado nesta quinta-feira (6) na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O objetivo é financiar projetos do setor privado e aumentar a participação de investidores na expansão da infra-estrutura brasileira. Do total de recursos, 80% serão investidos em títulos da dívida e cerca de 20% em ações.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, participou da cerimônia de constituição do fundo, chamado de Infra-Brasil.

"Do ponto de vista do governo, achamos essa iniciativa muito importante. Esperamos que a participação dos recursos privados não só na infra-estrutura, mas em todos os investimentos necessários que comportem a presença do Estado, seja o grande desafio dos próximos anos".

Fábio Barbosa, presidente do banco que fará a gestão e administração do fundo, o ABN-Amro, acha que a iniciativa será lucrativa para todas as partes interessadas.

"Esse fundo é o típico caso onde todos saem ganhando. Ganham os investidores, porque têm aqui uma opção de investimento com retorno atraente e risco moderado. Ganham os empreendedores, porque encontram mais uma fonte de financiamento de longo prazo. E ganha o país, porque teremos mais uma oportunidade de trabalhar na redução dos gargalos existentes e redução das deficiências e serviços básicos, e também porque teremos mais geração de empregos."

Foram necessários dois anos de conversas entre o governo federal, as indústrias brasileiras de base e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

O acordo final prevê que o BID participe do fundo como credor por meio de um empréstimo de 12 anos no valor de US$ 75 milhões, com aporte inicial de US$ 43 milhões.

Para Rogério Studart, diretor-executivo do banco no Brasil, "a participação do BID tem papel importante não só por dar o selo do banco, mas porque ele se coloca como catalisador de um processo de desenvolvimento no mercado de capitais".

Os investimentos do novo fundo serão destinados prioritariamente às áreas de logística, telecomunicações, distribuição de gás, energia, água e saneamento

O capital inicial é da ordem de R$ 600 milhões e pode chegar a R$ 1 bilhão no curto prazo. O primeiro fechamento contou com recursos do Banco do Brasil, Banco Real e Banesprev, entre outros investidores. O Infra-Brasil foi criado por iniciativa do BID, com a participação dos fundos de pensão Funcef (Caixa Econômica Federal) e Petros (Petrobras).