Uma questão de ética

Brasília, quarta-feira, 31 de agosto de 2005

"Conselheiro Walter Logatti"
O Sistema Confea/Crea deu a si mesmo a missão de elaborar um novo Código de Ética no IV Congresso Nacional dos Profissionais (CNP), realizado na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná em 2001. Em 2002, o trabalho de produção do novo Código, capitaneado pelo Colégio de Entidades Nacionais (CDEN), encerrou e o resultado foi aprovado, por unanimidade, pelo plenário do Confea no dia 26 de dezembro. No dia 1º de agosto de 2003 a área tecnológica passou oficialmente a ser redigida por novos parâmetros éticos ampliados, em relação ao Código anterior, principalmente no que se refere à abrangência profissional.

A preocupação com a ética, porém, não parou por aí. O Plenário do Confea, em sessão extraordinária ocorrida nos dias 22, 23 e 24 de agosto deste ano, decidiu também por unanimidade, recomendar às instituições de ensino superior e técnico, a inclusão de conteúdos programáticos contemplando os tópicos referentes à ética e legislação profissional nos projetos pedagógicos dos cursos abrangidos pelo Sistema Confea/Crea.

A seguir, acompanhe entrevista do coordenador da Comissão de Educação (CES), autora da proposta nº 01/2004, aprovada no 5º Congresso Nacional de Profissionais (CNP), realizado em São Luiz (MA), em dezembro de 2004, que recomenda a inclusão de ética e legislação profissional nos cursos da área tecnológica.

ACOM - Na sua avaliação, qual o benefício que a inclusão na grade curricular da disciplina ética e legislação profissional traz para os profissionais do sistema?

Logatti - O principal benefício para os profissionais é em relação ao apoio do Confea, que está trabalhando intensivamente nesta proposta. A CES elaborou a programação, as disciplinas e a carga horária. Antes os Creas agiam de uma forma isolada, agora não, agora foi uma ação do Confea, vem com muito mais força. As escolas, que não tinham representantes no Sistema, encontravam uma dificuldade enorme para elaborar uma disciplina, e com a nova proposta essa dificuldade não existirá mais.

ACOM - Quais os ganhos que a sociedade terá com a inclusão dessa disciplina?

 Logatti - Vai ser o ganho de aproximação maior do código de ética com os futuros profissionais, ou seja, a sociedade terá profissionais com formação ética muito mais consolidada. Essa medida também vai consolidar cada vez mais a aproximação entre as entidades educacionais e o Sistema profissional.

 ACOM - Qual a expectativa que as escolas definitivamente coloquem em prática essa orientação que o sistema profissional está passando pra elas?

Logatti -O que elas sempre levantavam é o seguinte: têm muitas escolas que não têm o conselheiro, então ficavam meio isoladas,sempre argumentavam que não tinham uma diretriz a seguir, e com essa proposta, elas vão ter essa diretriz, elas  vão ter o programa, o conteúdo programático. O Sistema profissional fornecerá tudo. Então, vai ficar muito mais fácil para elas executarem.

ACOM - O senhor acha que a partir do início do no ano que vem, com um trabalho efetivo de divulgação, as escolas incorporam essa proposta?

Logatti -Vamos precisar muito da comunicação do Confea e dos Creas para divulgar essa proposta, porque nós não podemos obrigar as escolas a aderirem.Temos que divulgar bastante para aquelas escolas que ainda não têm essa disciplina venham a incorporá-la em seu currículo.

ACOM - Quais são as expectativas para o ano de 2006 com relação a este trabalho?

Logatti - A expectativa para o ano que vem, é que amplie o número de escolas que já tenham essa disciplina. Esse final de ano será voltado para um trabalho intensivo de divulgação. Vou aproveitar o congresso da Abenge (Associação Brasileira de Ensino de Engenharia para divulgar maciçamente para as escolas. Todos nós conselheiros vamos fazer um grande trabalho de divulgação. Hoje, por exemplo, a Comissão de Educação (CES) está indo para Campo Grande, onde teremos uma reunião com as escolas. Vou aproveitar para falar da proposta.

Isabel Meneghetti
Da Equipe da ACOM